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26 abril 2022

'BBB do Pantanal': mais de 100 câmeras em árvores monitoram animais silvestres 24 horas por dia


OPINIÃO:
essa fauna rica e preciosa é frequentemente ameaçada pela ação humana. Não basta monitorar, é preciso proteger e punir os destruidores. 
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Mais de 90 mil imagens já foram registradas pelas câmeras de monitoramento que estão em armadilhas no Pantanal. Uma reserva particular na maior planície alagável do planeta é vigiada 24 horas por dia por 110 equipamentos espalhados na área de 108 mil hectares.

Ao todo, são 46 armadilhas fotográficas, com câmeras trap instaladas nas árvores.


O monitoramento com câmeras faz parte da pesquisa "Onças-pintadas e pardas em um mosaico de pantanais no Mato Grosso: uma perspectiva a partir da Reserva Particular do Patrimônio Natural do Brasil (RPPN) Pantanal e adjacências, que compreende os municípios de Barão de Melgaço e Poconé, realizada em parceria com o Museu Nacional.

As câmeras funcionam o tempo todo. No entanto, o registro de fotos e vídeos são feitos quando o sensor de presença é acionado.

Segundo o Sesc, na reserva ambiental já foram identificadas cerca de 60 espécies de vertebrados. Dos animais, 13 são ameaçadas em extinção, como onça-pintada, onça-parda, tamanduá-bandeira, cachorro-do-mato-vinagre, ariranha, anta e cervo-do-pantanal.

O projeto ganhou ainda mais importância após os incêndios no Pantanal em 2020. O monitoramento buscava soluções emergenciais para a oferta de alimentos e água aos animais. Após os incêndios, a reserva recebeu mais dez câmeras de monitoramento doadas pelo Instituto de Pesquisas Ecológicas - IPÊ.

Segundo o Sesc, os guardas que atuam na unidade participam ativamente do projeto. Eles indicam os locais em que já há registro de animais, auxiliam na instalação e monitoramento das áreas, garantindo a melhor posição para a captura de imagens.

Já os pesquisadores que atuam na reserva realizam a revisão dos flagrantes, analisam os dados e organizam informações para produção de publicações e relatórios sobre a situação da fauna.

A bióloga e gerente de Pesquisa e Meio Ambiente do Sesc Pantanal, Cristina Cuiabália, destaca que o projeto é importante porque possibilita o registro da fauna silvestre em seu habitat, possibilitando a análise do comportamento e a localização, dados considerados fundamentais para entender a fauna dos vertebrados da reserva.

Biodiversidade
A biodiversidade do Pantanal é composta por mais de 2 mil espécies de plantas, 269 peixes, 131 répteis, 57 anfíbios, 580 aves e pelo menos 174 mamíferos. O número de invertebrados é desconhecido.

Grandes vertebrados como cervos, veados, antas e onças não foram observados a partir dos transectos dada a baixa densidade populacional dessas espécies no Pantanal. Mas foram frequentemente encontrados durante o trabalho de combate aos incêndios, mortos ou feridos perto de estradas.

O estudo alerta que as mudanças climáticas provocadas pelas ações do homem têm influenciado a frequência, a duração e a intensidade das secas na região. O impacto de seguidas queimadas pode ser catastrófico e empobrecer o ecossistema, que já é frágil durante o período sem chuvas. O fogo faz parte da dinâmica natural do Pantanal, mas não nessas proporções.

Diante da possibilidade de novos desastres na região, os pesquisadores esperam com o estudo ajudar a dimensionar os impactos cumulativos causados por incêndios recorrentes no bioma.

Fonte: G1 


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