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13 julho 2021

Movimento para proibir transporte de animais vivos ganha força no mundo


OPINIÃO:
o transporte marítimo de animais vivos é de uma crueldade tão indizível que jamais deveria ter sido permitido. É tamanha a tortura e a desumanidade a que esses animais são submetidos para terem suas vidas ceifadas em países estrangeiros. Diga não ao transporte de animais vivos! 

No final de dezembro, cerca de 1.800 vacas partiram da Espanha para a Turquia a bordo de um navio chamado Elbeik. A viagem deveria durar cerca de 11 dias, depois o gado seria vendido, principalmente para matadouros halal, onde seriam mortos com o mínimo de sofrimento, conforme exigido pela religião.

Pelo menos teria sido rápido. Nos três meses seguintes, quando a pandemia começou a causar estragos no transporte marítimo global, o navio não conseguiu descarregar sua carga e os animais começaram a morrer de fome, segundo investigação do governo espanhol. Quase 10% das vacas morreram, seus cadáveres foram jogados ao mar ou deixados para apodrecer nos currais entre os vivos. Quando o Elbeik voltou para a Espanha, as autoridades determinaram que seus 1.600 animais restantes estavam doentes demais para serem vendidos e tiveram que ser sacrificados.

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O Elbeik se tornou prova no crescente movimento de proibir o polêmico comércio internacional de animais vivos que vale US$ 18 bilhões. A pandemia piorou as condições de cerca de 2 bilhões de vacas, ovelhas, cabras, porcos e galinhas que são exportados a cada ano, e os epidemiologistas aderiram aos pedidos por mudança. Os animais ficaram presos em trânsito por muito mais tempo do que o esperado e as inspeções de segurança foram drasticamente reduzidas. Com a nova sensibilidade aos riscos que animais doentes podem representar para os humanos, um número crescente de países está limitando ou eliminando totalmente a prática.

“Quando se trata de bem-estar animal, o transporte marítimo é um grande buraco negro”, disse Thomas Waitz, agricultor orgânico da Áustria e representante parlamentar europeu em um comitê encarregado de atualizar as regras para o transporte transfronteiriço de animais. “Os transportes marítimos estão completamente fora de quaisquer regulamentos ou padrões de bem-estar animal. A saúde pública corre risco se os animais forem transportados em condições onde germes e bactérias possam florescer.”

A UE, que responde por mais de 75% das exportações mundiais de animais vivos, é “incapaz de garantir o bem-estar animal”, segundo um relatório encomendado pelo comitê, que deve recomendar um novo conjunto de regulamentações mais rígido para os exportadores no fim do ano. O Reino Unido foi mais longe, planejando proibir o transporte de animais vivos para abate, embora ainda não tenha definido uma data. A Nova Zelândia disse em abril que eliminará o comércio de animais vivos até 2023.

Cerca de 39 milhões de toneladas de carne foram exportados globalmente em 2019, a maioria abatidos, embalados e congelados ou resfriados previamente - um processo mais lucrativo para produtores de carne e que evita problemas de saúde e segurança no transporte de animais vivos. Mas, à medida que consumidores em países como China e Vietnã ficam mais ricos, adicionam mais carne e laticínios às suas dietas, aumentando a demanda por animais domésticos e leiteiros. O mercado robusto de carne halal entre os muçulmanos também significa que a demanda cresceu nos últimos anos. Os preços do gado vivo da Austrália atingiram máximas recordes.

A provação do gado no Elbeik foi tão horrível que o Ministério da Agricultura da Espanha encaminhou o caso a promotores do tribunal nacional. O proprietário do navio, Ibrahim Maritime, não pôde ser contatado após várias tentativas por telefone e não respondeu às mensagens de texto por meio de um representante no Líbano.

Fonte: Exame 

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