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21 agosto 2021

Após determinação judicial, universidade é obrigada a reintegrar alunos expulsos por envolvimento em castração irregular de cão em república


OPINIÃO:
a Justiça, ao invés de determinar a prisão dos envolvidos como determina legislação em caso de maus-tratos contra animais, não só intercedeu pelos agressores, como zomba de toda a sociedade ao reinseri-los em uma ambiente universitário. Que valores estamos abrindo mão aqui? 
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Os quatro estudantes universitários envolvidos na castração irregular de um cachorro em uma república, em Presidente Prudente (SP), conseguiram uma decisão favorável na Justiça que suspendeu os efeitos do desligamento deles da instituição de ensino superior e voltaram nesta semana a frequentar as aulas na Universidade do Oeste Paulista (Unoeste). Eles haviam sido expulsos da universidade um dia após o resgate do cão, em junho deste ano.

Por meio de nota, a Unoeste enviou o seguinte posicionamento ao G1:

"O retorno ocorreu em razão de liminar concedida pelo Poder Judiciário que suspendeu os efeitos da decisão de desligamento. Continuamos trabalhando para a formação profissional ética, com responsabilidade social e ambiental".

O G1 questionou a universidade sobre a data do retorno dos alunos e a resposta foi de que a "Justiça determinou retorno imediato, que ocorreu no início desta semana".

Nesta sexta-feira (20), a Unoeste ainda pontuou ao G1 que vai recorrer da liminar que suspendeu os efeitos da decisão de desligamento dos estudantes.

Os quatro estudantes são alunos dos cursos de medicina veterinária e zootecnia e foram indiciados pela Polícia Civil pelo crime de maus-tratos a animal doméstico.

O caso

O cachorro foi resgatado no dia 14 de junho deste ano pela Polícia Militar Ambiental. O animal passou por uma castração, de forma irregular, em uma república de estudantes universitários, em Presidente Prudente.

O procedimento foi filmado e as imagens foram publicadas nas redes sociais, o que gerou grande repercussão.

Nas imagens, é possível ver o cachorro em dois momentos:

O primeiro, antes de ser sedado. Uma pessoa fala: "Últimos momentos do cachorro branco estar feliz. Preparando o centro cirúrgico". Ao fundo, é possível ver uma mesa e alguns materiais e ouvir a pessoa rindo;

Já na mesa, a mesma voz relata que nunca viu o cachorro tão "quietinho". "O que aconteceu? Você não tem mais o controle do seu corpo? Você está drogado? O que foi?", fala a pessoa, enquanto ri novamente.

Como os cães foram encontrados

Os policiais encontraram dois cães no quintal, sendo um deles de cor branca, da raça labrador, “aparentando estar sedado e com dificuldade de locomoção e com uma sutura próximo ao órgão genital, aparentando ter sofrido castração”.

“Foi localizada também a mesa em que foi feito o procedimento cirúrgico, bem como os materiais utilizados como luvas cirúrgicas, gazes sujas de sangue, embalagens com agulhas, fio de sutura, seringas e em uma lata de lixo estava o testículo do animal”, explicou a Polícia Ambiental.

A corporação afirmou também que um médico veterinário foi até o local e atestou que o animal havia sido submetido ao procedimento de castração.

O profissional também é membro do Conselho Municipal de Proteção Animal e dirigente do grupo de proteção animal “Beco da Esperança”, que ficou responsável pelo cão até sua total recuperação.

O cachorro, que foi batizado de Bud, já foi adotado por um empresário de Presidente Prudente.

Quando a castração foi descoberta, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) também emitiu nota de repúdio sobre o caso e cobrou a adoção de “providências cabíveis” da Unoeste.

Durante um mês, a Polícia Civil apurou o caso e concluiu que houve a prática de maus-tratos a animal doméstico. Os quatro investigados foram indiciados no mês de julho.

Fonte: G1



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