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O cavalo suíço Jet Set foi morto após sofrer uma lesão durante a apresentação de uma prova de equitação. Ele se feriu após chocar-se contra um obstáculo aquático no Sea Forest Cross Country Course, local onde são estão sendo realizadas as provas de hipismo das Olímpiadas 2021, em Tóquio, na noite de sábado (31).
Jet foi encaminhado para uma clínica veterinária local e, segundo a equipe do jóquei que o montava, Robin Godel, o animal sofreu uma ruptura irreparável no membro inferior direito, um pouco acima do casco. Não foram analisadas opções de tratamentos ou o uso de próteses, o responsáveis pelo cavalo, que tinha 14 anos, optaram pela morte do animal.
O destino do cavalo foi informado por Godel em seu perfil no Instagram. O jóquei tentou romantizar o episódio fazendo parecer que participar de provas de hipismo era uma escolha de Jet. “Ele partiu para fazer o que mais gosta: galopar e voar sobre os obstáculos”, publicou. A escolha de palavras de Godel mascaram uma triste realidade.
Cavalos explorados em provas de hipismo são submetidos a condições que superam os seus limites físicos. Muitos deles são obrigados a competir desde os dois anos de idade, quando os sistemas ósseo e muscular do animal ainda não está completamente formados. Lesões, fraturas e dores, que logo se tornam crônicas, são comuns.
Pressionados por seus adestradores e pelas altas quantias de dinheiro envolvidas, esses animais são obrigados a participar de treinamentos longos e exaustivos que têm como única função prepará-los para torneios, para que todo o investimento financeiro gere lucro. Cavalos e éguas que participam de provas de equitação não são atletas, são escravos.
Estudos apontam que o esforço das corridas leva a sangramento nos pulmões e na traqueia (HPIE – Hemorragia Pulmonar Induzida por Exercício), além de claudicação, dor intensa nas patas causadas por baixo fluxo sanguíneo que também pode estar associada a doenças cardíacas. Quando sofrem fraturas, o ossos podem se partir em vários fragmentos.
A morte de cavalos feridos é sempre a primeira opção, mesmo quando há sugestões de tratamento. Um cavalo ferido, mesmo recuperado, não poderá mais participar de corridas e gerar lucro aos seus algozes, então os gastos veterinários são minimizados e dispensados. Quando não são mortos a tiros, são encaminhados para matadouros.
A prova disso foi uma investigação recente feita pela BBC que descortinou os bastidores do destino de cavalos explorados em corridas. Cavalos que ajudaram jóqueis a ganhar troféus e muito dinheiro no passado, são enviados para frigoríficos para serem mortos para a fabricação de ração ou para consumo humano.
O hipismo não é diferente de nenhuma outra indústria que abusa, maltrata e explora animais. O glamour das competição de equitação é apenas uma alienação elitizada que não encontra mais espaço na sociedade contemporânea e precisa ser descontruído, combatido e proibido. Infelizmente, provas disso não faltam.
Em 2011, o cavalo cavalo Hickstead, de 15 anos, desmaiou durante a Copa Mundial de Saltos a Obstáculos de Verona, na Itália, e teve diversas convulsões diante do público. Ele não sobreviveu e a causa da morte foi divulgada como aneurisma. Em 2012, um cavalo morreu em Tarragona, na Espanha, após ser obrigado a saltar sob obstáculos até a exaustão.
Nas Olímpiadas de 2014, um cavalo sofreu um infarto fulminante no início da prova de equitação. Ocasionalmente, jóqueis também são as vítimas da prática. Nas provas de classificação para as olímpiadas de 2016, a jóquei Caitlyn Fischer, de 19 anos, morreu após o cavalo que montava errar um dos obstáculos.
Qualquer prática que se considere esportiva precisa estar relacionada com o desenvolvimento, a superação e a evolução do ser humano. Nenhuma atividade que cause dor, sofrimento e escravize seres indefesos deve ser classificada como esporte pela sociedade. Que a morte do cavalinho Jet se torne um símbolo e estimule a proibição do hipismo.
Fonte: ANDA
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