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27 agosto 2021

Viaduto vegetado ganha câmeras e tem primeiro registro de uso por animais no RJ


OPINIÃO:
uma excelente iniciativa para reduzir o impacto da construção de rodovias nos habitats de animais silvestres! Esperamos que essa ideia se multiplique por todo o país!
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Câmeras de monitoramento da Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD) fizeram o primeiro registro da passagem de animais pelo viaduto vegetado, localizado na BR-101, em Silva Jardim, no interior do Rio de Janeiro.

O viaduto vegetado, que foi inaugurado em agosto de 2020, é o primeiro construído em uma rodovia federal. O projeto é considerado um marco da conservação da biodiversidade no país.

As câmeras de monitoramento foram instaladas no dia 3 de agosto deste ano, segundo a associação. Mas o primeiro registro de passagem de animais aconteceu no dia 10, quando dois cachorros-do-mato foram flagrados caminhando entre as mudas de árvores plantadas. Já no dia 14, a câmera fez um novo flagrante. Desta vez, um cachorro-do-mato aparece andando sozinho pelo viaduto.

As tubulações pretas que aparecem nas imagens são do sistema de irrigação do espaço.

Uma das imagens foi divulgada nas redes sociais da entidade na última sexta-feira (20). Para o secretário executivo da Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD), Luís Paulo Ferraz, a "visita" representa um marco para o projeto.

"Estamos muito felizes! Essa é uma notícia animadora, encorajadora e que mostra que estamos no caminho certo e que esta pode ser uma alternativa muito importante para a redução de impactos ambientais em rodovias no Brasil".

O trecho onde o viaduto se encontra, no km 218 da BR-101, foi escolhido para a construção após mapeamento que identificou os locais mais sensíveis ambientalmente e com altos índices de atropelamento de animais.

As obras começaram em 2018 e foram concluídas no fim de julho do ano passado pela Arteris Fluminense, concessionária que administra a rodovia. O espaço recebeu o plantio de mudas nativas da Mata Atlântica.

Toda a estrutura, que inclui uma cerca de condução de fauna, busca cumprir um importante papel: conectar a Reserva Biológica Poço das Antas, um dos principais habitats do mico-leão-dourado, à Área de Proteção Ambiental Rio São João/Mico-Leão-Dourado.

"Esse (o registro dos animais) é o primeiro indicador do possível uso dessa estrutura pela fauna. É um processo que está começando agora e vai ter muitos anos pela frente".
"Para as espécies arborícolas, como é o caso do mico-leão-dourado, nós precisamos aguardar um pouco mais porque as árvores precisam crescer para que os animais as utilizem para atravessar de um lado a outro da rodovia", explicou Luís Paulo.

O mico-leão-dourado é uma espécie endêmica do Rio de Janeiro e que está ameaçada de extinção.


Travessia de animais

Daqui a alguns anos, com o crescimento da vegetação no viaduto, a travessia do mico-leão-dourado, e de outros animais, se tornará mais segura e permitirá o encontro deles com outros membros da espécie que estavam isolados em outros fragmentos da Mata Atlântica.

Saiba como funciona o sistema

O viaduto liga os dois lados da rodovia e conecta a Reserva Biológica Poço das Antas à Área de Proteção Ambiental Rio São João/Mico-Leão-Dourado;

A cerca de condução de fauna "sinaliza" para os animais que o local é uma passagem segura;

Os primeiros animais começam a passar pelo viaduto;

Com o crescimento das árvores plantadas no local, a expectativa é que micos e preguiças também se sintam seguros para fazer a travessia pelas árvores;

A travessia se transforma em solução para o problema das infraestruturas que cortam a paisagem de conservação dos micos e outros animais, e possibilita o encontro deles com outros membros da espécie.
Esse encontro é fundamental para a reprodução do mico, já que contribuirá para um intercâmbio genético, reduzindo o cruzamento entre parentes e, assim, os problemas de consanguinidade.

"(A travessia) será fundamental para a viabilidade genética das populações de mico dessa região, para que elas não sejam barradas pela duplicação da rodovia BR-101, que ocorreu recentemente", afirmou o secretário.

A AMLD é a responsável pelo monitoramento do uso da estrutura da fauna da região, que deve se tornar o futuro Parque Mico-Leão-Dourado.

"A associação vai fazer o monitoramento da passagem dos micos e da preguiça de coleira, mas agora em agosto nós instalamos câmeras para começar a observar se já poderíamos identificar algum movimento da fauna, e fomos surpreendidos por esses animais belíssimos atravessando (o viaduto)".

A equipe de monitoramento é composta pela bióloga Priscila Lucas, o biólogo Mateus Melo e o fotógrafo Luiz Thiago de Jesus. O monitoramento tem o apoio da organização holandesa DOB Ecology.

Fonte: G1 

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