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12 janeiro 2022

Morre Magawa, rata farejadora de minas terrestres premiada por bravura animal


OPINIÃO:
bravura? Ser colocada à força em situação de risco e vulnerabilidade não é heroísmo, é o símbolo da tirania humana sobre os mais indefesos! 
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A rata africana gigante Magawa, famosa por farejar minas terrestres, morreu aos oito anos de idade, segundo a ONG que a treinou. Ela faleceu "pacificamente" no último final de semana, de acordo com um comunicado da entidade belga APOPO.

O comunicado diz que ela estava saudável e brincando normalmente, até que começou a mostrar sinais de fadiga e, no domingo, passou a "tirar mais sonecas e ficou com menos apetite".

A ratinha teve uma carreira de cinco anos e se aposentou em junho do ano passado.

Em 2020, ela ganhou o equivalente animal da maior honra civil do Reino Unido por bravura por causa de sua habilidade fantástica de farejar minas terrestres e munições não detonadas.

A organização veterinária britânica PDSA concedeu a Magawa a medalha de ouro "por sua bravura salvadora e devoção ao dever", que transformou a vida das pessoas no Camboja.

Magawa farejou 39 minas terrestres e 28 itens de munições não detonadas, tornando-a a "HeroRAT" (Rato herói) de maior sucesso da organização.

"O trabalho da HeroRAT Magawa e da APOPO é verdadeiramente único e notável", disse o diretor geral da PDSA, Jan McLoughlin.

"Magawa salva e muda diretamente a vida de homens, mulheres e crianças que são afetados por essas minas terrestres."

Milhões de minas terrestres foram colocadas no Camboja entre 1975 e 1998, causando dezenas de milhares de vítimas.

Magawa, que fica na cidade de Siem Reap, foi o primeiro rato a receber uma medalha PDSA nos 77 anos de premiação, juntando-se a um ilustre bando de bravos caninos e felinos — e até mesmo um pombo.

A medalha de ouro PDSA é o equivalente animal da Cruz de Jorge, a mais alta condecoração civil do Reino Unido. A instituição de caridade também concede a Medalha Dickin, para animais militares.


Farejar e arranhar

A APOPO treinou Magawa na Tanzânia para detectar o composto químico dentro dos explosivos, recompensando-a com guloseimas saborosas — bananas e seus amendoins preferidos.

Os ratos alertam os desminadores arranhando a terra.

Ela pode vasculhar uma área do tamanho de uma quadra de tênis em apenas 30 minutos, algo que levaria quatro dias usando um detector de metal convencional.

Ela é grande o suficiente para ser presa a uma coleira enquanto trabalha, mas leve o suficiente para não detonar minas.

"O prêmio PDSA Gold Medal chama atenção global para o problema das minas terrestres", disse Christophe Cox da APOPO.

Cox disse que sua equipe de "HeroRATs" acelerou a detecção de minas terrestres por causa de seu olfato apurado e memória.

"Ao contrário dos detectores de metal, os ratos ignoram a sucata e apenas farejam explosivos, tornando-os detectores de minas terrestres rápidos e eficientes", disse Cox.

"Isso não apenas salva vidas, mas devolve as terras seguras tão necessárias para as comunidades o mais rápido e com o melhor custo-benefício possível."

A APOPO atualmente tem 45 ratos farejadores de minas terrestres e 31 detectando tuberculose na África e na Ásia, de acordo com seu site.

Fonte: G1 

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