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05 janeiro 2022

Perícia confirma maus-tratos contra búfalos de fazenda em Brotas


OPINIÃO:
o laudo concluiu o que já sabíamos! Agora, o mais chocante é saber que mesmo deixando os animais passar fome, esse pecuarista nojento continuou estimulando a reprodução dos animais para comercializar o leite das búfalas. Todo esse contexto aterrador no qual esses animais foram encontrados é totalmente culpa deste homem que continua em liberdade! Não é só o maior caso de maus-tratos do país, é o maior caso de impunidade! 
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Um laudo da perícia ambiental divulgado nesta segunda-feira, 3, confirmou que mais de mil búfalas passaram fome e sede e muitas morreram de inanição na fazenda em que eram criadas para produção de leite, em Brotas, no interior de São Paulo. O caso veio à tona em novembro e foi parar na Justiça.

O relatório da perícia foi entregue ao delegado de Brotas, Douglas Brandão, responsável pela apuração do caso, e ao Ministério Público local. O documento, produzido pelos peritos da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), afirma que os bubalinos passaram por mais de um período de estresse, causado por fome e sede, em período recente.

O laudo pede a abertura de novo inquérito policial para apurar eventual crime contra a saúde pública durante a produção de derivados de leite na propriedade.

A perícia constatou que os animais apresentavam condições físicas incompatíveis com o manejo correto e o bem-estar das búfalas, que estavam em estado de desnutrição.

Conforme o laudo, o proprietário deixou de programar a rotação de pastagem para fazer frente ao período de estiagem, quando os pastos perdem vigor. Animais de pastagens vizinhas estavam em melhores condições, após enfrentar a mesma estiagem.

Ainda segundo o laudo, mesmo esquálidas, as búfalas continuaram sendo submetidas a processos de inseminação artificial para gerar filhotes, o que sugere indícios de crueldade. A necropsia em búfalas que tinham morrido recentemente apontou atrofia, indicando que os animais passaram fome por longo período e alguns morreram de inanição.

Proprietário foi multado em R$ 2 milhões; defesa sustenta inocência

O caso das búfalas teve início no dia 6 de novembro de 2021, quando a Polícia Ambiental foi à fazenda, após denúncia anônima, e localizou mais de mil animais em situação de abandono, além de 22 carcaças enterradas em uma vala.

O proprietário, Luiz Augusto Pinheiro de Souza, foi multado em mais de R$ 2 milhões e chegou a ser preso, mas foi libertado após pagar fiança. Com a repercussão do caso, ativistas e ONGs de defesa animal se mobilizaram para cuidar e tratar dos animais.

No final de novembro, a Justiça tornou a ONG Amor e Respeito Animal (Ara) depositária dos 1.056 búfalos e 72 cavalos encontrados na fazenda. Em meados de dezembro, o MP denunciou o dono da fazenda por crime de maus tratos contra 991 bubalinos e cavalos vivos, além de 137 animais encontrados mortos. Ele também foi denunciado por ameaça, falsidade ideológica e falsificação de documentos. A promotoria pediu sua prisão preventiva, que não chegou a ser decretada pelo juízo local, mas foi determinada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

Sobre a denúncia, a defesa informou que ela é improcedente, pois não houve maus-tratos, e que também não há elementos para a prisão do pecuarista. Já sobre o laudo da perícia, a defesa informou que se pronunciará em momento oportuno, após ter acesso à íntegra do documento.

Nasce primeira cria das búfalas resgatadas

Uma bezerrinha nascida nesta segunda-feira, 3, é a primeira cria das búfalas que foram colocadas sob os cuidados de uma organização não governamental (ONG).

A bezerrinha está mamando e recebe os cuidados da equipe veterinária que acompanha o plantel. "Mãe e filhote estão em uma área denominada de maternidade pela equipe, onde em breve outros filhotes recém-nascidos devem estar", disse Alex Parente, presidente da ONG Ara, que tem o depósito dos animais.

A previsão é que centenas de animais venham a nascer nas próximas semanas e meses, pois a maioria das búfalas foi encontrada prenha pela equipe. Segundo Parente, a ONG vai precisar de doações para mantê-los. Nas redes sociais, o público tem ajudado a escolher o nome da bezerra, entre Aurora, Frida e Luz.

Fonte: UOL 

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