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24 fevereiro 2022

Ministério Público solicita proibição de evento de Doda Miranda


OPINIÃO:
decisão mais do que acertada! Tradições que se baseiam na exploração animal precisam ser banidas em todas as áreas. A sociedade contemporânea não tolera mais crueldade contra os mais indefesos. Evoluir é necessário! 
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Em agosto de 2021, a empresa RD Jumping Higher, do cavaleiro Álvaro de Miranda Neto, conhecido como Doda, realizou a etapa do DTC Tour e do Longines XTC. O evento ocorreu no rancho do medalhista olímpico em Itatiba, no interior de São Paulo. No entanto, a promotoria de Justiça do município alegou que houve maus-tratos aos animais e, por isso, solicitou à Justiça paulista que a instituição seja proibida de realizar outras competições de hipismo. Doda nega as acusações. As informações são do colunista Demétrio Vecchioli do UOL.

Inicialmente, a Associação Passofundense de Proteção dos Animais, do Rio Grande do Sul, entrou com um processo para que a competição de agosto não fosse realizada. Porém a Justiça negou o pedido.

Em seu parecer, apenas ressaltou que estaria proibido “utilizar quaisquer instrumentos (freios, bridões, chicotes, esporas, sejam pontiagudas ou rombas, martingales, gamarras, hackamores, freios professora e quaisquer outros) de forma que cause dor ou sofrimento nos animais”.

Também determinou que uma veterinária, acompanhada de um oficial de Justiça, deveria fiscalizar as condições dos cavalos. No entanto, a entrada da profissional foi barrada pela organização do evento.

Após o evento, outros veterinários, que estavam no local ou assistiram por transmissão online, identificaram indícios de maus-tratos.

Em sua ação, o Ministério Público apresenta 17 imagens que corroboram as alegações.

“A imagem 10 revela equino vocalizando, com membros anteriores suspensos, agitação abundante de orelhas, bocas e cauda característica de tentativa frustrada de retirada de atleta humano montado. Observou-se conduta do atleta humano de múltiplos golpes com os pés em baixo do ventre e aplicação de força em rédea e bridão que gerou deslocamento temporário de estruturas anatômicas gerando desconforto, dor local e possíveis lesões. A avaliação das lesões foi impossibilitada durante o evento”, escreveu o MP sobre uma das imagens.

“Não há dúvidas de que a realização do evento denominado 5ª Etapa DTC Tour / 6ª Etapa Longines XTC 2021 culminou na prática de maus-tratos aos animais envolvidos”, completou.

O MP finalizou o processo solicitando que a empresa de Doda seja proibida de realizar novas competições de hipismo e pague R$ 100 mil por dano moral coletivo. As promotoras Ana Paula Ribeiro e Mariana Lima também pedem que as mesmas punições sejam aplicadas ao município de Itatiba, pois teria sido conivente.

O que diz Doda Miranda

Ao ser questionada sobre o caso, a assessoria de Doda Miranda indicou André Beck, diretor do evento, para falar sobre o episódio.

Segundo Beck, o evento, que durou quatro dias, foi acompanhado de perto por veterinários indicados pela Prefeitura de Itatiba e eles não identificaram nenhuma irregularidade. “Além disso, o veterinário oficial do evento esteve no concurso, com uma equipe de veterinários, fez uma vistoria completa em todos os cavalos.”

Por meio de nota, outros organizadores da competição afirmam que as acusações são inverídicas e que “qualquer pessoa que conheça as instalações do local, bem como o histórico de atuação dos seus sócios, sabe que a preocupação e o cuidado com o bem-estar dos cavalos estão em primeiro lugar”.

“A peça que sustenta a investigação foi feita a partir de fotos, que podem ser manipuladas e nunca vão representar um laudo técnico, que é feito in loco, com todos os requisitos de uma verificação técnica de condições e ambientes onde os animais são mantidos. Um laudo da Prefeitura de Itatiba, este sim, feito in loco, com exame da situação, atestou que as condições são totalmente adequadas, sem apontar absolutamente nada que desabone o local”, finalizou.

Fonte: Isto É 

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