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07 março 2022

Tiros, explosões e sirenes: guerra na Ucrânia causa estresse, lesões e mortes em animais em zoológicos


OPINIÃO:
zoos, além de imorais, expõem os animais a situações de extremo risco, como esta. Agora, eles pagarão pelo egoísmo e irresponsabilidade dos seres humanos.
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As consequências de uma guerra no ambiente ucraniano ultrapassam até as perdas humanas. O zoológico de Kiev, que fica próximo a uma importante instalação militar, está com os animais estressados, agressivos e assustados com os bombardeiros. Na cidade oriental de Kharkiv, o zoológico Feldman Ecopark informou que as instalações foram danificadas em combates recentes, e há animais mortos e feridos.

Horace, o elefante asiático, foi colocado sob sedativos por medo de explosões. Maya, o lêmure, está tão sobrecarregada que abandonou seu bebê recém-nascido esta semana – quase o matando. Outros animais que estão sofrendo com a guerra são as zebras, que estão sendo mantidas dentro de casa depois que entraram em pânico com o som dos bombardeios, e colidiram diretamente com uma cerca.

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Tiros, explosões e sirenes de ataque aéreo causam cada vez mais estresse aos animais. Para protegê-los (e também proteger a si mesmos) cerca de 50 funcionários se mudaram para o Zoológico de Kiev para cuidar dos animais 24 horas por dia, trazendo cerca de 30 membros da família com eles.

Para protegê-los, os funcionários levam os bandos para um abrigo de pássaros e um aquário inacabado, mas animais grandes como elefantes e girafas não podem ser movidos.

Em entrevista ao Washington Post, o diretor do estabelecimento, Kyrylo Trantin, disse que os animais “não têm para onde correr ou se esconder”.

— Uma vez que eles estiverem fora do zoológico, eles possuem menos opções que qualquer ser humano. Vão ser ruas e tanques — explicou.

Um abrigo de animais selvagens fora de Kiev transferiu alguns animais para a Polônia – incluindo leões e tigres. O processo de transferência dos bichos maiores não é simples em tempos de paz e, durante a guerra, torna-se ainda mais difícil.

Na cidade oriental de Kharkiv, o zoológico Feldman Ecopark informou que suas instalações foram danificadas em combates recentes.

“Alguns animais ficaram feridos, alguns foram mortos”, escreveu o zoológico no Facebook. “A luta ainda está acontecendo na área do Feldman Ecopark, então, infelizmente, as perdas ainda não são definitivas.”

Além disso, o local está com problemas de comunicação e energia, devido aos ataques. Macacos, porcos-espinhos, guaxinins e dois lobos vermelhos fugiram do local após o vidro de proteção quebrar com bombardeios. Apenas os lobos não foram recuperados, e o zoo pediu que a população avisasse caso eles fossem vistos, e que não representam perigo aos humanos.

Preparação para ataques

Como a possibilidade de invasão russa já era esperada pelos ucranianos, a direção do Zoológico de Kiev estocou alimentos e materiais para reconstruir os recintos em caso de ataque, uma semana antes do início da guerra.

Em 25 de fevereiro, “havia brigas perto do zoológico e balas voavam sobre nós”, lembrou o diretor.

Os funcionários também foram treinados para confortar os animais. O elefante Horace, citado anteriormente, é vulnerável a ruídos altos, por possuir orelhas grandes e temperamento sensível. Todas as noites, o elefante de 17 anos dorme junto de um membro da equipe, que o alimenta com maçãs e consegue acalmá-lo quando ele acorda assustado.

Por enquanto, o zoológico tem estoque suficiente para cerca de duas semanas e espera poder manter um fluxo constante de seus fornecedores. A preocupação com possíveis faltas de abastecimento, no entanto, envolve toda a população de Kiev. Para alimentar os animais com saladas verdes frescas, o zoo plantou a própria horta no local.

Alguns tratadores de animais que moram do outro lado do rio já não puderam comparecer ao trabalho devido ao fechamento de estradas. Outros se inscreveram para lutar. Um deles, chamado Ivan Rybchenko, 33, disse ao Washington Post que sua maneira de enfrentar a invasão não é se juntando à defesa territorial, mas mantendo os animais vivos.

Fonte: O Globo 

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