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24 junho 2024

Gambás mortos: moradores relatam atropelamentos de animais em via que corta o Bosque da Barra


OPINIÃO:
 a urbanização das cidades ignora completamente as rotinas e hábitos desses animais. Essa negligência, inclusive, é crime ambiental. Esperamos que essa denúncia gere mudanças e políticas para proteger os gambás e outras espécies silvestres da região.
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Por Madson Gama — Rio de Janeiro

A segurança dos animais silvestres que habitam o Parque Natural Municipal Bosque da Barra é alvo de preocupação de moradores dos arredores, que denunciam atropelamentos frequentes de diferentes espécies na via que corta o bioma, a Avenida Prefeito Dulcídio Cardoso, nas proximidades da Lagoa de Marapendi. Em um vídeo divulgado nas redes sociais nesta segunda-feira (24), uma pessoa que acompanha o drama dos bichos no local lamenta a morte de um gambá após o choque com um veículo e diz que diversos espécimes são vítimas diariamente. 
"Eu trouxe a gambazinha pra cá (para a calçada), grande, forte e pesada, brutalmente assassinada. Existe um bosque aqui cheio de árvores lindas, e os animais são atraídos. No meio do caminho, eles têm uma estrada, que eles ficam atravessando e são mortos. Todos os dias são vários animais mortos. Ninguém fez uma passagem aérea e nem subterrânea. Tem que fazer. Hoje, foi morta essa gambá jovem, e resolvi pedir ajuda pra vocês, porque, infelizmente, não sei o que fazer. Vamos ver se fazemos alguma coisa por eles", apela o morador, que não se identificou.

O biólogo Mário Moscatelli explica que, diante dessa situação, algumas medidas paliativas seriam a instalação de telas protetoras nas margens das calçadas mais utilizadas pelos animais e passagens aéreas, com redes ligando os dois lados da via. Embora demandem uma execução mais complicada em vias de muito trânsito, observa, acessos subterrâneos também seriam uma boa solução.  Mas a conscientização dos motoristas, enfatiza, é fundamental.

— Infelizmente, essa questão envolve também a educação dos motoristas, que, no Rio de Janeiro, é bastante precária, sendo que a questão da insegurança justifica em parte os condutores não manterem uma velocidade compatível com a presença de animais silvestres com comportamentos noturnos que se expõem nas vias. Diante desta complexidade de fatores e do consolidado sistema de vias que até um passado recente nunca levou em conta o trânsito de fauna nativa, entre as medidas mitigadoras estariam ainda o plaqueamento informativo e a instalação de redutores de velocidade, como radares e olhos de gato grandes — analisa. —  Reforço que são soluções que visam a reduzir os atropelamentos, já que a neutralização completa, além de muito difícil numa realidade urbana como a do Rio de Janeiro, dependerá da conscientização dos motoristas.

A Secretaria municipal de Meio Ambiente e Clima informa que irá estudar a viabilidade de aumentar a sinalização local e a frequência das atividades de educação ambiental no entorno.

Fonte: O Globo 

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