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Por O GLOBO — Rio de Janeiro
A anta Jasmim, devolvida à natureza em 2021, em Cachoeiras de Macacu, na região Metropolitana, pariu seu terceiro filhote. A chegada da pequena anta, que aparenta ter um mês, foi comemorada por biólogos do projeto Refauna, responsável pela reintrodução no animal ao seu habitat com o apoio do Projeto Guapiaçu — realizado pelo Ação Socioambiental (ASA) com parceria da Petrobras. O terceiro rebento de Jasmim é a sétima anta nascida desde o início do projeto de retorno do animal no estado, em 2017. A espécie era considerada extinta no estado do Rio há mais de um século. O último registro oficial de antas no estado havia sido feito em 1914, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos.
O filhote de Jasmim foi descoberto pelo biológico Manoel Muanis, que cruzou com a anta Jasmim e sua cria durante pesquisa de campo para o seu projeto Wildlife and reforestation in Brazil, que monitora os mamíferos da Reserva Ecológica de Guapiaçu (REGUA) desde 2018. Mesmo não sabendo se tratar de um novo animal, ele compartilhou o vídeo com a equipe do Refauna e Ação Socioambiental.
—Ficamos muito felizes de saber do sétimo nascimento de filhote de anta. A Jasmim veio do zoológico de Guarulhos, se adaptou muito bem e está apresentando um ótimo sucesso reprodutivo. Esse é seu terceiro filhote desde que foi reintroduzida em 2020 — disse Joana Macedo, coordenadora do monitoramento de biodiversidade do Projeto Guapiaçu.
Ao todo, já foram reintroduzidas 22 antas, das quais oito não sobreviveram. As outras 14 se adaptaram bem e algumas, como Jasmim, já estão se reproduzindo. O projeto de reintrodução de antas no estado do Rio tem o objetivo de estabelecer uma população com no mínimo 50 indivíduos nas florestas do Parque Estadual dos Três Picos e Unidades de Conservação adjacentes.
Para serem soltas, as antas são transportadas em caixas próprias com acompanhamento de veterinários, câmeras para monitorar o comportamento dos animais durante o percurso, velocidade baixa e muitas paradas para que eles recebam água e frutas. Após passarem por cercado de aclimatação, é realizada a soltura. As antas passam então a serem monitoradas por meio de armadilhas fotográficas e colar de radiotelemetria. Com esses equipamentos, os especialistas conseguem saber a localização do animal, além de acompanhar seu estado de saúde, observar seus hábitos e sua reprodução.
— A reintrodução das antas proporciona o retorno às matas fluminenses de uma espécie que tem um importante papel ecológico e está classificada como vulnerável à extinção, com declínio de 30% de suas populações nas últimas três décadas, devido à perda e fragmentação de habitat, caça e atropelamentos — explica Joana Macedo.
Fonte: O Globo
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