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19 julho 2024

Cachorra com condição rara de hermafroditismo passa por cirurgia de castração em Santa Catarina


OPINIÃO:
 que bom que a cirurgia poderá devolver o bem-estar para essa cadelinha. Desejamos que ela se recupere muito bem!
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Por Joana Caldas, Ben Ami Scopinho, g1 SC e NSC

Durante um exame de rotina, foi descoberta uma rara condição, confirmada após exames, em uma cachorra atendida em uma clínica de Florianópolis. A cadela tinha hermafroditismo, quando o animal tem partes reprodutivas tanto femininas quanto masculinas.
Na operação de castração, a cadela, chamada Bonnie, teve uma estrutura semelhante a um pênis removida, além dos tecidos que tinha no lugar onde ficam os ovários. A remoção foi necessária para evitar problemas de saúde futuros na cachorra, explicou a veterinária Camila Batschke, que fez a cirurgia.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) confirmou que a condição de hermafroditismo é rara em cães.

A cadela, de 1 ano e 6 meses, é da raça braco alemão e tinha, internamente, tanto células relacionadas a ovários quanto a testículos. Externamente, ela também tinha, em meio à vulva, a estrutura semelhante a um pênis, segundo a veterinária.

Exames e operação

Segundo a veterinária, a suspeita da condição ocorreu quando o animal tinha 8 meses e foi comprovada através de exames.

“A gente notou aquela estrutura ali na vulva que se assemelhava a um pênis. Teve a suspeita de ela ser hermafrodita", disse a veterinária.

Para se ter a certeza, foram feitos mais exames.

"A gente fez ultrassom para avaliar a cavidade abdominal, para ver se ela tinha útero, ovário. Durante esse ultrassom, a gente viu que ela tinha útero, tinha cérvix e tinha os ovários. Só que ela era muito jovem ainda para ser castrada, ela ainda estava em crescimento. A gente aguardou ali uns seis meses mais ou menos para ela chegar próximo de 1 ano, 1 ano e pouco de idade, e fizemos a castração e a remoção daquela estrutura que se assemelhava a um pênis”, relatou.

A confirmação da condição da cachorra foi comprovada após exames. "Visualmente, quando eu fiz a castração, eu removi o útero e um tecido que estava anatomicamente no lugar dos ovários", explicou a veterinária.

Essa estrutura passou por exame e foi constatado que a cachorra tinha células tanto relacionadas a ovários quanto a testículos, no mesmo tecido. "Isso faz com que ela fosse uma hermafrodita verdadeira", disse a veterinária.

Ela relatou também que deixar a cachorra como estava poderia trazer problemas de saúde para a cadela futuramente.

“O pênis estava exposto. Ele tem uma mucosa, então acabava ressecando o local. E sempre que a gente tem um testículo fora da bolsa escrotal tem a indicação sempre de fazer a castração porque esses testículos, quando estão dentro do abdômen, por exemplo, fica com a temperatura maior", resumiu.

Essa condição, chamada de criptorquidia, quando o testículo fica em algum outro lugar do corpo que não seja a bolsa escrotal, pode ter consequências mais graves.

"Esse testículo que fica dentro do abdômen tem uma temperatura maior, tem uma chance maior de desenvolver um câncer, algum tipo de tumor nessa região", explicou a veterinária.

A cirurgia foi feita em novembro e a paciente canina teve alta no mesmo dia, conforme Batschke.

A tutora da cadela, Daniela Feyh, também tem outro cão da mesma raça e contou ao g1 sobre as alegrias que os cachorros trazem à vida dela.

“Essa raça é fantástica. É uma raça extremamente dócil, extremamente carinhosa, enérgica. É uma raça que tem inúmeros benefícios para a saúde mental de uma pessoa. Um dos melhores momentos do nosso dia é chegar em casa e ficar no quintal brincando com eles!", disse.

“Eu estou convivendo com eles, vai fazer dois anos daqui a pouco, e eu acho eles fantásticos, eu sou completamente apaixonada por eles. É bem comum tutores dos bracos virarem 'bracomaniacos'", completou.

Sem dados precisos

O médico-veterinário e presidente da Comissão Nacional de Estabelecimentos e Práticas Clínicas Veterinárias do CFMV, Bruno Divino, afirmou que casos de hermafroditismo em cães são raros.

"É uma condição tão rara que a gente não tem dados. É muito difícil de ter dados, como a gente tem com humanos no SUS [Sistema Único de Saúde], que a gente tem notificações obrigatórias. A gente acaba pegando nos grandes centros de atendimento veterinário um a dois casos por ano", disse.

Fonte: G1 

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