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Em Petra, na Jordânia, a milenar paisagem de construções esculpidas nas rochas vem ganhando ares mais modernos. O governo local iniciou um processo de substituição de charretes de tração animal por veículos elétricos, em resposta a pressões sofridas por parte de movimentos de defesa dos direitos dos animais e também numa tentativa de tornar a visitação mais confortável para os turistas.
Até agora, 12 charretes puxadas por cavalos e mulas saíram de circulação. Em seu lugar, uma frota de dez carrinhos, tipo os de golfe, começaram a transportar os visitantes entre o centro da cidade e o sítio arqueológico.
Há tempos grupos de defesa dos animais, como o PETA, já vinham pressionando as autoridades jordanianas pelo fim do uso de animais como locomoção em Petra, seja puxando charretes, seja carregando pessoas. Ao menos a primeira solicitação começou a ser atendida. Mas, por enquanto, ainda não se fala em substituir os passeios a cavalo ou a camelo por veículos elétricos. Pelo contrário, alega-se que os animais restantes ajudam a preservar o aspecto original do lugar, que é um Patrimônio Mundial pela Unesco.
Para o chefe da Autoridade Regional de Desenvolvimento e Turismo de Petra, Suleiman Farajat, o benefício da mudança vai além do fim da exploração animal. À agência AFP, ele explicou que as charretes puxadas por cavalos e mulas deixavam um grande mau cheiro pelo caminho e suas rodas frequentemente batiam contra os paredões da Siq, o corredor rochoso pelo qual se chega à cidade histórica.
"Era uma experiência desagradável para os turistas, para os cavalos e para nós", disse Farajat, que completou exaltando o aspecto ecologicamente correto dos novos veículos: "Não há poluição ou fumaça".
A novidade foi saudada por muitos turistas, sobretudo os com maior dificuldade de locomoção, como idosos e cadeirantes. E também por quem vive do turismo na região. À AFP, o presidente da associação de proprietários de cavalo, Mohammad Amarat,, responsável por esses passeios, afirmou que a troca tem sido mais lucrativa para os condutores, já que os carrinhos transportam até cinco passageiros em vez de dois, como as charretes, e levam menos tempo para cumprir o percurso.
A substituição de veículos de tração animal por outros, elétricos ou a combustão, é uma solução que vem sendo adotada em diversas partes do mundo. No Brasil, um exemplo é Petrópolis, que em 2021 finalmente conseguiu tirar do papel seu projeto de charretes elétricas. Já em Nova York, o prefeito Bill de Blasio ainda não teve sucesso em cumprir a sua promessa de acabar com as carruagens turísticas puxadas por cavalos nos arredores do Central Park.
Fonte: O Globo
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