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10 março 2022

Artistas e ambientalistas se unem em ato contra projetos que ameaçam o meio ambiente


OPINÃO:
Agora, veja só o absurdo que estamos vivendo.... Nós, ambientalistas que lutamos para conquistar o tanto que conquistamos termos que fazer manifestação para coibir mais um crime do atual presidente Bolsonaro. É surreal ver Caetano, como se estivéssemos na década de 60/70, empunhando bandeira para recuperar o que este criminoso nos tirou..... 
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O dia do Ato pela Terra começou cedo, numa audiência pública na Comissão de Meio Ambiente do Senado. Artistas, ambientalistas e lideranças indígenas discutiram formas de reduzir o desmatamento e as queimadas. A ativista Txai Suruí, que no ano passado discursou na abertura da Conferência do Clima das Nações Unidas, pediu proteção às terras indígenas.


“Esse ato é mais que um ato pela Terra; é um ato pelas nossas vidas mesmo, a vida dos povos indígenas, que diariamente são ameaçados, que diariamente têm os seus territórios invadidos e destruídos”, disse.
No começo da tarde, um grupo de artistas, liderado por Caetano Veloso, foi recebido por ministros do Supremo Tribunal Federal. 

Eles entregaram um manifesto no qual se disseram preocupados com o que chamaram de retrocesso e destruição ambiental promovidos pelo Congresso e pelo governo federal, e pediram prioridade no julgamento de ações que tratam do meio ambiente e que tramitam no Supremo.

De lá, eles seguiram para o Senado. Foram recebidos pelo presidente Rodrigo Pacheco, do PSD, e outros senadores, e pediram que projetos que alteram leis ambientais não sejam votados pelo Congresso até que estejam alinhados com a ciência e com as demandas das populações tradicionais.


Entre os projetos, apelidados pelo grupo de pacote da destruição, estão os que tratam da regularização fundiária, licenciamento ambiental, uso de agrotóxicos e da mineração em terras indígenas.

“O país vive hoje sua maior encruzilhada ambiental desde a redemocratização. O desmatamento na Amazônia saiu de controle. A violência contra os indígenas e outros povos tradicionais aumentou. E as proteções sociais e ambientais construídas nos últimos 40 anos vêm sendo solapadas. Nossa credibilidade internacional está arrasada. O prejuízo é de todos nós”, afirmou Caetano Veloso.

Ao final do encontro, Caetano cantou. Depois da reunião com o presidente do Senado, os artistas foram para o gramado em frente ao Congresso, onde começaram as apresentações do Ato pela Terra, que reuniu representantes de 230 organizações da sociedade civil, como entidades e movimentos sociais.


Um conjunto diverso de atores da sociedade, todos voltados para um mesmo objetivo: chamar a atenção para a necessidade de se preservar o meio ambiente.

No palco, líderes de movimentos sociais e artistas se revezaram em discursos, pedindo uma ampla discussão na sociedade sobre os projetos que estão no Congresso. Os manifestantes exibiam faixas e cartazes, cantavam e gritavam palavras de ordem. No fim da tarde, Caetano cantou mais uma vez.

No Congresso, o presidente da Câmara, Arthur Lira, do Progressistas, decidiu colocar em votação a urgência do projeto que libera a mineração em terras indígenas. O texto foi apresentado pelo governo e é uma das propostas criticadas pelos manifestantes e pela oposição.

Mesmo se a urgência for aprovada, Lira disse que vai criar um grupo de trabalho para discutir o texto num prazo de 30 dias antes de levá-lo ao plenário.

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