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26 julho 2024

Olimpíadas 2024: Nº 3 do mundo no hipismo é acusado de maus-tratos contra cavalo


OPINIÃO:
 tradições que se baseiam na exploração animal precisam ser banidas em todas as áreas. A sociedade contemporânea não tolera mais crueldade contra os mais indefesos. Evoluir é necessário! 
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Por O Globo — Rio de Janeiro

Um novo caso de maus-tratos contra animais agitou o esporte olímpico. A associação Peta (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) denunciou o número 3 do mundo no hipismo, o austríaco Max Kühner, de violar leis de bem-estar animal. De acordo com a entidade, o cavaleiro bateu nas pernas do seu cavalo com uma barra de metal ou aço, o que é proibido na Alemanha, onde ele treina. Uma investigação foi aberta sobre o caso, de acordo com comunicado do tribunal responsável enviado à imprensa internacional.
"Não é possível neste momento prever se e quando um julgamento ocorrerá. A alegada infração constitui uma violação da lei de proteção animal por parte da chamada barragem ativa em maio de 2023", escreveu o tribunal, no comunicado.

Em defesa do cavaleiro, a federação austríaca do esporte respondeu às autoridades que ele sempre teve "atitude impecável" perante seu "parceiro de esporte" e que "não há razão para supor que use ou tenha usado métodos de treino contrários à proteção dos animais".

"Foi feito um pedido de encerramento do caso", especificou a federação.

Único esporte praticado por animais nas Olimpíadas, o hipismo tem histórico polêmico em Jogos Olímpicos. Episódios de maus-tratos e questionamentos aos cuidados dos cavalos voltaram à tona depois que a campeã olímpica da modalidade, Charlotte Dujardin, desistiu de competir em Paris-2024. Pouco antes, a imprensa internacional repercutira o vazamento de um vídeo em que a britânica golpeava um cavalo com um chicote durante um treinamento.

Assim como o vídeo de Dujardin, as imagens de um cavalo sendo agredido durante a Olimpíada de Tóquio rodaram o mundo. As consequências disso respingaram numa das provas olímpicas mais tradicionais: o pentatlo. A União Internacional de Pentatlo Moderno (UIPM) anunciou, mais tarde, que a equitação não faria mais parte da modalidade após a edição de Paris-2024.

Depois de mais de um século tendo seus participantes competindo em cinco esportes (corrida, tiro, esgrima, natação e equitação), o pentatlo moderno "abandonou" o salto equestre. A decisão veio depois que as duas integrantes da equipe olímpica feminina da Alemanha foram acusadas de maltratar um cavalo nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Ao contrário das competições equestres padrão das Olimpíadas, os competidores do pentatlo recebem cavalos aleatoriamente para montar, em vez de usar os seus próprios. Em Tóquio, isso levou a acusações de abuso depois que a pentatleta alemã e candidata à medalha Annika Schleu recebeu um cavalo teimoso que se recusou a pular um dos obstáculos. Sua treinadora, Kim Raisner, aparece em vídeo socando o cavalo, enquanto Schleu foi acusada de açoitá-lo excessivamente.

A atleta negou a acusação. Sua técnica foi expulsa dos Jogos.

Um dos primeiros esportes olímpicos, o pentatlo foi criado pelo Barão Pierre de Coubertin, inspirado nos soldados da cavalaria do século XIX. A modalidade entrou na agenda olímpica dos Jogos da Era Moderna em Estocolmo-1912.

Com a tradição mantida por mais de um século de demonstrar todas as aptidões físicas, o pentatlo sofre com a falta de popularidade fora da Europa, o que levou a modalidade a tomar providências para se "modernizar".

Outros incidentes

Durante Tóquio-2020, a modalidade registrou fuga de cavalo, perda de ferradura e até uma lesão grave, numa repetição de casos de Jogos anteriores que, à época, provocaram debates sobre a proteção à integridade física dos animais.

Os incidentes vinham se tornando cada vez mais raros no esporte, graças a um rigoroso protocolo que prioriza o bem-estar desses "atletas equinos". Apesar disso, entre os mais de 300 cavalos levados ao Japão para as competições do hipismo, alguns passaram por episódios atípicos que chamaram a atenção dos espectadores. O mais grave deles ocorreu com o cavalo suíço Jet Set, que rompeu o ligamento da perna direita durante uma prova de cross-country e precisou ser sacrificado.

"Devido à gravidade da lesão e à dor que tinha, o cavalo teve de ser sacrificado pouco tempo depois", afirmou o Comitê Olímpico Suíço, em um comunicado, na ocasião. O sacrifício do cavalo levou alguns ativistas dos direitos dos animais a convocar o Comitê Olímpico Internacional (COI) para remover os esportes equestres do programa olímpico.

Especialistas explicaram ao GLOBO, na época, que lesões nas patas dos animais eram de difícil recuperação e submeteriam o animal a sofrimento. Em casos desses tipo, veterinários costumam recomendar a eutanásia, mas a decisão é do proprietário do animal.

Na final do saltos individual de Tóquio, um conjunto da Irlanda gerou preocupação após o cavalo sangrar pelo nariz durante a prova. Exames diagnosticaram que a hemorragia foi causada por uma lesão superficial, não relacionada a dilatamento de vasos do pulmão (comum em cavalos de corrida). Só após a verificação do estado de saúde do animal, o conjunto foi autorizado a retornar à competição.

Conforme o protocolo de proteção de animais, o brasileiro Marcelo Tosi desistiu da disputa por equipes do Concurso Completo de Equitação (CCE), depois que seu cavalo, o Genfly, perdeu uma das ferraduras. A decisão foi tomada para evitar que o animal sentisse dores na pata.

Já na prova de Cross Country em Tóquio, a amazona sueca Therese Viklund caiu da égua Viscera durante o percurso, e o animal fugiu. Com a queda, Therese e Viscera foram eliminadas do torneio. Nesse caso, o acidente pode ser causado pela falta de sintonia entre cavaleiro e cavalo – na fase qualificatória, a competição conta com conjuntos de países sem tradição no esporte.

Fonte: O Globo 

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