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05 julho 2020

250.000 cordeiros espanhóis viajarão vivos a países árabes esta primavera

A crueldade praticada contra estes animais que são exportados vivos em navios para países do oriente é de envergonhar a espécie humana. São atos bárbaros e imperdoáveis. Agora foi formado uma comissão européia para avaliar e, quem sabe, por um fim em tamanha covardia. Espero que consigam.....
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A indústria pecuária reconhece que exportar para países árabes é uma maneira de compensar a falta de demanda nacional devido ao estado de alarme por Covid-19. 90% da carne de cordeiro é consumida em bares e restaurantes. O próprio setor aponta que este ano mais de 250.000 cordeiros serão enviados para países do norte da África e do Oriente Médio por ocasião do Ramadã, que termina em 24 de maio, e na festa do Sacrifício do Cordeiro.


O acordo com a Arábia Saudita foi assinado este ano pela primeira vez e faz do país o principal comprador de cordeiros espanhóis. Segundo alguns meios de comunicação, até o rei Felipe VI poderia ter intervindo para chegar a esse acordo.

Globalmente, mais de 2 bilhões de animais de fazenda passam por viagens de longa distância a cada ano como forma de transportar carne viva. Milhares morrem durante a viagem e são jogados ao mar aparecendo nas praias.

A própria Comissão Europeia reconhece no relatório feito no final de 2019, após o acidente em que 14.000 ovelhas se afogaram no Mar Negro enquanto estavam sendo transportadas da Romênia para a Arábia Saudita, que existem deficiências identificadas nesse tipo de transporte de longa distância.

De fato, no caso de navios com destino à Arábia Saudita, mesmo operadores portuários ou proprietários de gado não são permitidos no interior.

De Equidade Animal, iniciamos uma petição dirigida à Comissão Europeia e ao Ministério da Agricultura, Alimentação e Pescas exigindo o fim do transporte de longa distância para países que não garantem os padrões básicos de bem-estar animal da UE.

Para que todos os cidadãos expressem seu desacordo com essas viagens cruéis e desnecessárias, lançamos o site www.igualdadAnimal.org/actua/transporte-animales para a coleta de assinaturas.

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A criação desta comissão é justificada pelos constantes e inúmeros abusos e violações ao regulamento de proteção de animais no transporte de longo curso dentro da União Europeia e para fora desta, que são reportadas por várias ONGs, nomeadamente em Portugal, sendo raras as situações(link is external) em que existem consequências para quem cumpre as regras.

Esta Comissão de inquérito foi aprovada com 605 votos a favor, 53 contra e 31 abstenções e terá agora de submeter o relatório final dentro de um ano.

Os Eurodeputados eleitos pelo Bloco de Esquerda, Marisa Matias e José Gusmão, que se juntaram recentemente aos apelos feitos no Dia Internacional da Consciencialização contra o Transporte de Animais Vivos (aqui(link is external) e aqui(link is external)), votaram a favor da criação desta comissão e apresentaram a seguinte declaração de voto:

"Estima-se que todos os dias são transportados por toda a Europa cerca de quatro milhões de animais, muitos sem condições dignas. Estes animais sofrem de desidratação, stress térmico, exaustão, amontoados durante viagens demasiado longas, muitas vezes sem água nem comida.

Em Portugal, são exportados anualmente milhares de animais vivos para Israel, Argélia e Marrocos e a associação PATAV denúncia práticas de violência extrema como corte de tendões e provocação de cegueira. Tudo isto viola o Regulamento (CE) n.º 1/2005, relativo à proteção dos animais durante o transporte, e o fraco nível de aplicação do mesmo é confirmado pela Comissão através de várias auditorias oficiais da DG SANTE bem como centenas de relatórios detalhados enviados por ONGs, com provas de constantes violações graves a esse regulamento.

À falta de cumprimento de regras e de ação sobre a evidente violação de regulamentos, a criação de uma Comissão de Inquérito para investigar a “má administração” na aplicação do direito da União relativamente à protecção dos animais durante o transporte revela-se de extrema importância para averiguar e evidenciar as situações de incumprimento. Pelos motivos enunciados, votámos a favor."

As Comissões de inquérito têm como objetivo investigar possíveis violações do direito da UE ou alegadas más administrações na sua aplicação e são instrumentos raramente acionados pelo Parlamento, o que lhes confere elevada importância nas instituições europeias.

Todos os anos, milhões de animais, tais como porcos, vacas e ovelhas, são transportados por longas distâncias em toda a UE e para países terceiros, como Israel, para serem abatidos. Estes animais são muito frequentemente transportados em espaços confinados durante semanas, sem pleno acesso a água e alimentos.

De 2009 a 2015, o número de animais transportados na UE aumentou de 1.25 mil milhões  para 1.49 mil milhões, segundo dados do Serviço de Pesquisa do Parlamento Europeu. No mesmo período, o número de remessas de animais vivos na UE aumentou de cerca de 400.000 para 430.000 por ano.


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