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05 agosto 2021

Protetores tentam salvar filhote de cão que teve 50% do corpo queimado: 'Nunca vimos uma cena tão triste'


OPINIÃO:
a dor que esse cãozinho sofreu é inimaginável. Entendemos que o custos veterinários no Brasil são muito caros, mas tutelar um animal é uma responsabilidade. Em casos de acidentes e situações de emergência, como esta, não se pode esperar. O sofrimento de um animal indefeso não pode ser ignorado!
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Um filhote de cachorro está em estado grave após ficar com metade do corpo queimado. Ao G1, as Organizações Não Governamentais (ONGs) responsáveis pelo atendimento do animal, localizadas em Santos, no litoral paulista, afirmaram na última quinta-feira (5) que o estado dele é bastante delicado e que acreditam em negligência. A família responsável pelo filhote alegou ao G1 que chegou a procurar atendimento veterinário após as queimaduras e realizava o tratamento da cachorrinha em casa.

A família que era responsável pela cadela informou ao G1 que o incidente aconteceu há cerca de uma semana. Na ocasião, foi colocada uma bacia com água quente no chão para tratamento de dores menstruais, quando a cachorrinha caiu dentro dela. A responsável alega também que já havia procurado atendimento veterinário, mas tratava em casa por não ter condições financeiras para internação. 

A protetora Angela de Jesus Bandeira, de 56 anos, responsável pela ONG Patinhas que Brilham, relata que uma das ex-tutoras do filhote a enviou mensagem, pelo WhatsApp, pedindo ajuda para a cachorra. "Ela relatou que havia uma bacia com água quente no chão e a cachorrinha caiu dentro. Pensando na dor do animal, só fui ajudar o mais rápido possível, mas, claro que pensamos como isso ocorreu e as faltas de cuidados", diz.

Após o contato, Angela afirma que correu atrás de transporte para buscar o filhote. Após conseguir buscá-lo nesta quarta-feira (4), marcou consulta em uma ONG. "Mas vimos que não era caso de consulta e sim de internação, então entrei em contato com a ONG Viva Bicho para levar na clínica deles e na mesma hora a presidente abriu as portas para atendimento da cachorra", diz.

Segundo a protetora, o caso causou comoção em toda a equipe. "Quando eu estava em contato com a tutora, fui informada que o filhote estava daquele jeito há mais de uma semana, mas depois uma delas disse que o animal já estava na verdade com o corpo queimado há duas semanas. A situação mexeu muito com o emocional de toda equipe que está mobilizada para atendê-la. Ficamos chocados, porque o ser humano se sente dor já procura o hospital e o animal, indefeso, teria que ser da mesma forma. A pessoa precisa ter consciência que você não ter condições de cuidar de um animal não é pecado, o erro é se omitir e não procurar ajuda para ele", destaca .

Atendimento de urgência

A assessora de comunicação da ONG Viva Bicho, Leila Abreu, explica que a cachorrinha precisou de internação e pele artificial, que já foi adquirida. "O filhote estava há 15 dias assim, uma das próprias tutoras relatou para nós, depois de ter dito primeiro que era uma semana. A presidente da ONG já fez a responsável assinar o termo de doação do animal, que agora pertence integralmente a Viva Bicho. Por enquanto, estamos lutando muito para manter a temperatura corporal da cachorrinha, que está muito baixa, mas não sabemos se ela vai sobreviver. Ela segue sedada e medicada, porque a dor que sentiu é inimaginável", diz.

Segundo Leila, o filhote seguirá internado e assistido por veterinários 24 horas, devido a gravidade dos ferimentos. "Tenta-se combater a infecção do filhote, que está até cheirando a podre. A situação é revoltante, é o caso mais gritante que já nos deparamos de omissão de socorro", afirma.

A ONG afirma que ainda não foi registrado boletim de ocorrência, porque o foco está sendo salvar a vida do animal. "Da cintura para trás, ela está inteira queimada. É muito triste de ver, a pele está caindo, por isso foi comprado pele artificial, para tentar conter a desidratação e depois, caso sobreviva, começar a aplicar a pele artificial de tilápia. Também precisará de fisioterapia", explica a assessora.

A ONG deu o nome a cachorrinha de 'Esperança', e informou que o anestesista, juntamente com a equipe de internação, a deixou em infusão contínua de analgesia, ou seja, ficará 24 horas com analgésicos sendo liberados aos pouquinhos na veia para que não sinta dor. Além disso, os profissionais que a acompanham estão administrando medicações fortes. O cirurgião tirou o que foi possível da pele morta para dar alívio a cadela e ajudar na cicatrização.

"Para nós, a negligência está constatada nesse caso. Há moradores de rua, que o cachorro quando começa a se coçar, eles já vêm pedir socorro, então não existe justificativa para ter deixado o filhote sofrer por tantos dias", diz Leila.

Família alega falta de condições financeiras

Uma das ex-tutoras do animal, mãe da jovem que procurou ajuda na ONG, afirma que a menina procurou por auxílio da Organização na segunda-feira (2), mas, por entender que teria que pagar as diárias da internação, pensou que não teria possibilidade de manter a cadela internada, já que não tem condições financeiras.

"Fomos informados que as diárias eram caras e que depois a gente via como pagar. Mas, como não temos condições, como vamos fechar um pacote de mais de R$ 1 mil sendo que não temos condições mesmo depois de bancar, então não é negligência", diz a mulher, que prefere não se identificar.

De acordo com ela, a família não tinha condições financeiras nem de levar o cachorro até a ONG. "Minha filha tem endometriose, fez uma cirurgia e em tratamento, para as dores durante a menstruação, por própria orientação médica, ela esquenta água para fazer compressas. Ela colocou então uma bacia com água quente do lado da cama dela, nessa a cachorrinha estava dormindo, e minha filha foi até o banheiro. A cachorrinha acho que acordou e foi diretamente na vasilha. Assim que minha filha viu, tirou, e sem saber colocou debaixo da torneira para avaliar", diz.

Segundo a ex-tutora, no outro dia a cachorra só apresentava vermelhidões e a família foi a uma veterinária na esquina de casa, que passou antibióticos para cuidar em casa, o que a mulher alega que a família estava fazendo. "Do nada a cachorra piorou e minha filha foi procurar a ONG. Isso do acidente aconteceu há cerca de uma semana, minha filha que se confundiu na hora e disse que não se lembrava para elas, que achava que tinha sido duas semanas", alega.

"Eles fizeram a gente assinar o termo de doação e minha filha está chateada por todo ocorrido até agora. A gente procurou atendimento também em um centro veterinário municipal antes de procurar a ONG, onde eles ajudaram e ela foi medicada. Tínhamos sentimento pela cachorrinha e estamos torcendo que ela sobreviva", diz a mulher.

Fonte: G1 

Um comentário:

  1. Será que caiu mesmo??? É meio difícil de entender, pois acredito que o animal não tem tamanho suficiente para subir numa bacia no chão e cair dentro dela. Pela inteligência que eles tem, sabem perfeitamente quando está frio e quente.

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