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09 setembro 2021

Aumento de espécies na Lagoa motiva proposta de criação de bioparque público


OPINIÃO:
nada mais justo do que dar aos animais o que já lhes pertence por direito!
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Colhereiros, frangos d'água, caranguejos, capivaras e savacus: o retorno ou incremento de populações de espécies variadas da fauna na Lagoa Rodrigo de Freitas vem animando ecologistas, que citam evidências de melhoria da qualidade ambiental do lugar. Em celebração aos 32 anos do seu projeto de mangues na Lagoa, a serem comemorados mês que vem, o biólogo Mário Moscatelli irá propôr a criação de um bioparque público na área, para que se faça reintrodução e monitoramento de animais, além de colocação de placas informativas e educacionais.

Neste domingo, um grupo de cerca de sete colhereiros, espécie de ave rosada comum no litoral brasileiro, reapareceu na Lagoa depois de décadas de hiato. A ave nunca havia sido vista por Moscatelli no local, por exemplo, e observadores relatam que a última aparição pode ter ocorrido há 70 anos. Como mostrou O GLOBO, especialistas creditam o fato a uma possível melhoria das condições ambientais da Lagoa que, apesar de ainda sofrer com poluição, já possui uma rede de esgoto mais avançada, após obras recentes, além dos benefícios proporcionados pelo replantio dos manguezais. Outra evidência de qualidade ambiental associada a presença de animais é o aumento da população de frangos d'água, também noticiado por O GLOBO há três meses.

Animado com as últimas notícias, Moscatelli elabora um projeto de bioparque da Lagoa. Ele diz que irá apresentar a ideia, oficialmente, no dia 16 de outubro, quando serão comemorados os 32 anos do programa Manguezal da Lagoa, em cerimônia em frente ao Parque da Catacumba. O conceito utilizado por ele de bioparque público é de "recintos de imersão com funcionalidade para as espécies que abriga e com a minimização de barreiras aos olhos dos visitantes", explica.

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"Com isso, poderemos incrementar a diversidade de espécies vegetais nativas, que são quem atraem os animais, e reintroduzir algumas espécies ainda ausentes, como a ave saracura-do-mangue. Além de colocar plaqueamento informativo nas margens, indicando as espécies, funções dos ecossistemas, em campanhas educacionais. Considero que, com isso, teremos inclusive um incremento nas atividades econômicas no entorno da Lagoa. Um bioparque público seria o próximo passo natural no processo de sucesso da renaturalização das margens da Lagoa", afirma o biólogo.

Além dos colhereiros e dos frangos d'água, Moscatelli também destaca o aumento da população de caranguejos, que ficam nos caules dos mangues.

"Esses caranguejos já vejo aqui há alguns anos, só que a quantidade que eu identifiquei nas últimas três semanas me surpreendeu. No trecho do Piraquê à Igreja de São José avia centenas de caranguejos marinheiros nos caules das árvores de mangue vermelho e branco. Fiquei impressionado, E de todos os tamanhos", celebra Moscatelli, que acrescenta que a fauna diversa atrai, inclusive, muitos visitantes. estava animada.

Enquanto a ideia do bioparque ainda figura no papel, outra iniciativa para a Lagoa começa a ganhar corpo. Nos próximos meses, o "Ecoshift", projeto que reúne pesquisadores da Unirio, e é coordenado pelo oceanógrafo Luciano Neves, irá levantar dados e informações sobre a Lagoa, como populações da fauna e da flora, qualidade da água, presença de poluentes, contaminantes e de sedimentos. Já foram feitas, inicialmente, campanhas voltadas à contaminação de plástico na Lagoa e o próximo trabalho em campo do grupo, para coletas, deve ser em outubro e novembro.

"Estamos vendo um pouco de tudo dentro das atividade ecossistêmicas que pretendemos mapear. Há variedade grande de espécies na Lagoa e temos visto, inclusive, muita atividade pesqueira", afirma Neves.

Fonte: Extra 

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