OPINIÃO: a crueldade humana realmente não conhece limites. Infelizmente, vivemos em um país onde ninguém está seguro, mas os mais vulneráveis sofrem em completo silêncio e são ignorados pela Justiça.
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"Fiquei sem estrutura". A frase foi dita pela comerciante Elisangela Teodoro, de 38 anos, após ela flagrar num terreno no bairro Parque Novo Século, na região de Moreninhas, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, ossadas de cães e gatos em meio ao lixo incinerado, incluindo filhotes, nesta terça-feira. Moradora da região, Elisangela registrou em vídeo as cenas que classificou como de "atrocidade contra os bichos". As imagens, fortes, foram compartilhadas por ela como forma de chamar atenção para o problema.
"Estava no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e alguém mostrou a foto do terreno. Fui la e fiz o vídeo. Mandei em todos os grupos que pude para que alguém veja e tome uma providência", contou ela, que denunciou o caso à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista (Decat), da Polícia Civil de MS.
Nesta quarta-feira, agentes da perícia e da Decat estiveram no terreno. Elisangela acompanhou o trabalho das equipes. Segundo ela, os peritos constataram que há pelo 10 animais no local, dos quais deles foram queimados vivos.
‘Queimaram tudo’
"Gente, olha isso. Pelo amor de Deus, olha. Pelo jeito a mãe, os filhotes... olha, um monte de cachorrinho. Mais cachorrinho... Gato, queimaram um gato. Queimaram tudo. Se for contar, uns oito, nove, dez animais. Mais ou menos", relata a comerciante no vídeo.
Ela continua gravando: "Tudo queimado. Agora, será que queimou vivo? Será que matou e desovou aqui? Ninguém sabe. Olha isso. Olha que atrocidade. Gatinhos. Olha isso: gato, filhote, filhote. Aí ali, nessa mata aqui, o pessoal vive abandonando animais doentes aqui. Aqui tem uma sacola. Mais uma dentro da sacola. Isso é o fim do mundo. Olha isso, que covardia. Tem uns dez animais. Contando por cima, seis cachorros e uns três gatos. Nossa Senhora. Meu Deus".
Protetora dos animais
De acordo com relatos de testemunhas, foram vistas chamas no terreno onde foram encontradas as ossadas na noite de domingo, entre 21h e 22h. O incêndio teria sido rapidamente apagado.
"Aquela é uma área que eu acho que é particular. Mas não tenho certeza. O que sei é que é um lugar de desova", disse Elisangela.
Ela contou que costuma resgatar muitos cães e gatos na região, muito deles bastante machucados. Outros são bem tratados e, aparentemente, foram abandonados pelos donos. A comerciante os leva para casa e os trata. Depois, coloca os animais para adoção.
"Eu sou uma protetora independente. Estou com dez animais atualmente, mas já resgatei entre 80 e cem. Tenho um controle de todos que adotam os animais e faço acompanhamento", afirmou.
Segundo Elisangela, desde o início da pandemia da Covid-19 ela notou um maior número de animais abandonados nas ruas:
"As pessoas querem o bichinho quando ele está saudável. Quando eles ficam doentes, muita gente não quer mais e deixa na rua. Há um tempo tinha um homem que ficou rondando aqui. Dias depois, abandonou um cachorro e fugiu. Eu estou com o cãozinho aqui em casa".
Fonte: Globo
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