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25 outubro 2021

Papagaios-de-peito-roxo, vítimas do tráfico, são devolvidos à natureza em Minas Gerais


OPINIÃO:
um a cada dez animais vítimas do tráfico morrem antes de chegar ao seu destino. Felizmente, essas belas aves tiveram um lindo destino! 
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Na última sexta-feira (22/10), 18 papagaios-de-peito-roxo (Amazona vinacea) ganharam uma segunda chance: as aves - apreendidas em diversas operações policiais contra o tráfico de animais e abrigadas em zoológicos, criadouros e mantenedouros de fauna; foram soltas em uma área de Mata Atlântica em Minas Gerais. Antes da soltura os indivíduos passaram por uma avaliação no Centro de Triagem de Animais Silvestres de Belo Horizonte que analisou quais estavam aptos a voltar à vida livre. As dezoito aves escolhidas foram reabilitadas pelos pesquisadores do Instituto WAITA, que deram início a uma nova etapa do Projeto Voar.

“Desde 2012 o Instituto WAITA vem desenvolvendo o Projeto, que visa reabilitar e devolver papagaios vítimas do tráfico à natureza. Já foram mais de 30 papagaios-verdadeiro (Amazona aestiva) e agora estamos partindo para a segunda etapa, com uma espécie ameaçada de extinção”, explica Fernanda Sá, diretora da ONG.

Endêmico da Mata Atlântica, o papagaio-de-peito-roxo é uma das mais de 200 aves que compõem a lista de espécies brasileiras ameaçadas de extinção. Perda de habitat e tráfico de animais são as principais ameaças que, juntas, provocam o declínio da população – considerada Vulnerável pelo ICMBio.

O grupo de animal mais recebido nos CETAS (Centro de Triagem de Animais Silvestres) de todo o Brasil é do das aves. Os papagaios são um dos representantes mais traficados dentro deste grupo.

De volta à natureza

Os papagaios passaram por exames clínicos para avaliar a saúde e a presença ou não de doenças. “Em seguida levamos os indivíduos ao CRAS, em Nova Lima (MG), onde treinaram alimentação, voo e práticas antipredação. Essa é uma das etapas mais importantes, porque prepara os animais para retornarem ao habitat natural”, detalha a bióloga.

Depois do processo de reabilitação, que durou três meses, os papagaios-de-peito-roxo foram levados para a área de soltura, em Dom Joaquim (MG), com apoio de uma empresa especializada em transportes. “Usamos uma técnica chamada ‘soltura branda’, quando as aves permanecem em um viveiro no local de soltura durante uma semana para se acostumar com a região”, destaca Fernanda.

Foram nove dias em adaptação até que, na última sexta-feira (22), as aves enfim ganharam a liberdade. “É muito gratificante participar desse projeto e ver as aves ganhando a liberdade, voando e se alimentando fora do cativeiro".

De volta à natureza, os papagaios serão monitorados pelos pesquisadores do Instituto, que contam também com o auxílio dos moradores locais. “Para confirmar o estabelecimento e adaptação nossa equipe fará o monitoramento por um ano. A comunidade irá nos ajudar através da ciência cidadã: a ideia é que anotem em um calendário o dia, horário e local que avistaram um indivíduo. Esses dados serão importantes para avaliarmos o sucesso da soltura”, detalha Fernanda, que reforça ainda as ações de educação ambiental como parte importante de projetos de conservação.

“Acreditamos que todos os projetos só são realmente efetivos quando a comunidade desenvolve um sentimento de pertencimento por ele. Para garantir maior envolvimento da comunidade e proteção dos animais todas as escolas da cidade e os agentes de saúde estão trabalhando em conjunto em diversas atividades que tem como único objetivo tornar os moradores locais parte do projeto”, diz.

Além do apoio da prefeitura de Dom Joaquim, zoológicos e mantenedouros de fauna, o Projeto Voar conta com a parceria do IBAMA, do IEF, de universidades federais, empresas privadas e de uma fundação espanhola (Loro Parque) que financia projetos de conservação em todo o mundo.

Papagaio-de-peito-roxo

Encontrado nas regiões regiões Sul e Sudeste do Brasil, chegando até o Sul da Bahia, o papagaio-de-peito-roxo compõe a lista de aves brasileiras ameaçadas de extinção na categoria Vulnerável. Perda de qualidade do habitat e captura ilegal provocam a diminuição da população, que - de acordo com o Livro Vermelho da Fauna Brasileira ICMBio; hoje é estimada em menos 10.000 indivíduos maduros.

Frugívora, a ave se alimenta principalmente de frutos, mas também consome sementes, folhas e flores. pinhão, semente da araucária é o principal item consumido pelo papagaio-de-peito-roxo no sul do Brasil.

No período reprodutivo, entre agosto e dezembro, o casal constrói o ninho em troncos ocos que abriga dois ovos. Fora do País, o papagaio-de-peito-roxo pode ser encontrado no Paraguai e na Argentina.

Fonte: G1 

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