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19 novembro 2021

Cervos podem morrer de 'susto'


OPINIÃO:
em um mundo habitado por seres humanos, infelizmente, há de se supor que restarão poucos cervos no futuro. Esperamos que com esse novo estudo, sejam elaboradas legislações eficientes para proteger a espécie. 
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Você sabia que os cervídeos (da família dos veados, cervos e alces) são considerados animais extremamente sensíveis? Ao sofrer um forte estresse, como ao ser capturado ou resgatado, por exemplo, a reação do animal pode causar a chamada 'miopatia de captura', que compromete o organismo desses animais.

Segundo o especialista na Unesp, José Maurício Barbanti Duarte, esse distúrbio modifica o metabolismo desses animais silvestres e leva muitas espécies do grupo de cervos à morte.

“A miopatia de captura é gerada pelo estresse do cervo, que somado ao exercício forçado, resulta em hipertermia (aumento da temperatura corporal) e acidose metabólica (acidez do sangue) que é capaz de levar as células musculares à morte, culminando com o óbito do animal. Dependendo da condição desse animal, a morte pode ser instantânea ou acontecer em até 7 dias”, explica o pesquisador.

De acordo com o especialista, a tentativa de captura por alguns minutos já pode ser suficiente para causar esse distúrbio no animal. “Se a captura de um animal em perigo não for feita rapidamente (em menos de 10 minutos), o ideal é suspender a operação. Mais tempo do que isso, já pode levar à miopatia de captura que pode resultar na morte do veado”, disse.

Cães domésticos representam ameaça à espécies do grupo

Os cervídeos são muito velozes. Podem atingir uma velocidade de 70km/hora quando estão fugindo de algum predador como uma onça.

Só que o esforço repetitivo pode fazer com que o organismo desses animais não suporte tanto desgaste físico. O pesquisador explica que é comum animais domésticos irem parar na mata ou até mesmo viverem em alguma parte dela e que esse fato hoje representa risco para os cervos e veados.

“Os cães que invadem áreas verdes são normalmente vira-latas que todo mundo cuida mas ninguém leva pra casa. E a questão dos cachorros nesse caso não está no ataque para se alimentar e sim na brincadeira que acaba causando desequilíbrio à vida selvagem. O veado é preparado para correr por curto intervalo de tempo. Essa habilidade é acionada quando ele está fugindo de predadores, como uma onça que após 100 metros já desiste de alcançar a presa, mas os cães têm outro tipo de estratégia, com uma perseguição contínua, para a qual os veados não evoluíram”, conta.

Redução das espécies

A expansão das cidades e a proximidade com habitats de animais silvestres têm causado uma redução significativa dessas espécies. Atualmente, o Brasil tem 8 espécies de cervídeos, dos quais 4, ou seja, 50% se encontram em risco de extinção.

Recentemente, uma nova espécie de veado-mateiro foi descrita, após 15 anos de pesquisa feita pelo professor da Unesp Jaboticabal, José Maurício Barbanti. “Em termos de características físicas, não existe uma diferença entre esses animais. O que faz dessa uma nova espécie é a estrutura cromossômica. Enquanto um tem cerca de 50 cromossomos, o outro tem 40. Essa diferença impede por exemplo que as espécies cruzem e se reproduzam. Ou seja, os híbridos são inférteis”, detalha.

A pesquisa que começou na década de 2000 deve ser publicada em breve.

Características das espécies

O veado-catingueiro (Mazama gouazoubira) pode atingir pouco mais de um metro de altura e pesar até 25 quilos. A pelagem, longa e macia, tem tons variados, entre acinzentado e marrom.

Enquanto o macho possui chifres, a fêmea tem pelagem mais clara. Até o segundo mês, o filhote é marrom com pintinhas brancas.

Encontrado nas matas que margeiam os rios, este mamífero tem dieta alimentar variada: come desde folhas, brotos e galhos até frutas e flores.

Territorialista e solitária, esta é a espécie mais abundante de veados no Brasil. A população, porém, sofre declínio pela perda de hábitat, grande índice de atropelamentos e pressão da caça.

Fonte: G1 

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