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Voluntários montaram um hospital de campanha para cuidar das centenas de búfalos que estavam em situação de maus-tratos em uma fazenda de Brotas (SP), mas os custos da manutenção e tratamento dos animais têm sido um desafio.
Uma ONG de bem-estar animal assumiu a tutela dos animais, mas voluntários de várias regiões do país se propuseram a prestar socorro.
Patrícia Fittipaldi veio do Rio de Janeiro. "A gente ficou chocada com a situação quando começou a ver nas mídias sociais. Imagina, uma situação que mais de mil animais foram deixados à própria sorte para morrer agonizando de fome e sede", afirmou.
Os búfalos foram encontrados, no início de novembro, em estágio avançado de desnutrição e, pelo menos 27 animais morreram. As carcaças foram encontradas sob montes de terra na fazenda.
Vários animais estavam confinados em uma área extremamente pequena e só tiveram acesso ao pasto após a intervenção dos policiais. Outros foram encontrados atolados e precisaram de ajuda de máquinas para saírem da lama.
O dono da fazenda foi autuado em R$ 2,133 milhões. Ele chegou a ser preso, mas pagou fiança de R$ 10 mil e foi liberado. Ele está em São Paulo e aguardará o julgamento em liberdade.
A Justiça deu uma permissão por 15 dias pra que entidades protetoras de animais, empresas e funcionários da prefeitura entrem na fazenda pra cuidar dos animais. Os custos tem sido bancados pelos voluntários que tem buscado doações, feito rifas e outras ações para conseguir continuar cuidando dos animais.
"Estamos gastando uma média de R$ 4 mil para comprar 10 toneladas de silagem por dia. Isso é o mínimo que estamos utilizando, mas precisamos aumentar para 15 toneladas para que os animais se recuperem mais rápido", afirmou o presidente da ONG ARA, Alex Parente.
Além de alimentação, os animais têm sido tratados dos efeitos da desnutrição, com remédios e soro.
"Estavam desidratados porque o dono simplesmente abandonou eles sem água e sem comida. A gente precisa levanta-los pelo menos duas vezes por dia, fazer massagem nos membros deixar eles hidradatos, dar medicamento e além de tudo isso o dono está dificultando o nosso trabalho, não quer emprestar os tratores, trancou a porteira e falou que a gente não vai trazer o gado de lá, que tá pior pra cá [hospital de campanha]", disse o veterinário Maurice Gomes Vidal.
Um mandado da Justiça determina que o proprietário colabore com os cuidados necessários pra saúde do rebanho, sob pena de multa diária de R$ 3 mil.
O delegado de Brotas disse que irá investigar a conduta do proprietário em relação ao trabalho dos voluntários. "Se configurar que ele está impedindo o trato dos animais, nada impede de eu representar contra ele por associação criminosa".
A reportagem da EPTV tentou, mas não conseguiu, falar com o advogado do proprietário da fazenda.
Indefinição
Os voluntários têm se dedicado ao atendimento dos animais, mas não sabem se, após o prazo de 15 dias determinado pela Justiça, os animais voltam para a tutela do dono ou serão doados.
"90% desse rebanho estão grávidas, então, daqui 3 a 4 meses nós não vamos ter mil cabeças, nós vamos ter 2 mil cabeças, isso pode virar um problema de saúde pública. E a crueldade que foi feito aqui, o abandono desses animais colocados à morte, para passar sede para morrer mesmo, foram enterrados vivos. O que a gente quer é que isso possa ser resolver o mais rapidamente possível, eles podem até ficar aqui na fazenda, mas dentro de uma condição digna", afirmou o protetor de bem-estar animal, Vitor Favano.
Como ajudar?
As campanhas de doação para os voluntários que estão cuidando dos búfalos estão sendo feitas pelas redes sociais. Para saber mais basta acessar os perfis da ONG Ara no Facebook e o Búfalas de Brotas no Instagram.
Fonte: G1
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