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16 fevereiro 2022

Bezerros resgatados de maus-tratos em SP devem ser levados a santuário de animais de MG


OPINIÃO:
mais uma vez, ativistas salvam animais vítimas de pecuaristas ricos e assumem a maior parte da responsabilidade e dos gastos. A Justiça precisa obrigar os responsáveis pelos maus-tratos a arcar com todas as despesas!
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Os bezerros resgatados em situação de maus-tratos em Cunha (SP) devem ser transferidos para santuário de animais de Camanducaia (MG) em seis meses. A expectativa é do médico veterinário da fazenda em que os bovinos serão levados.

Ao todo, são 302 bezerros que serão levados para o Sul de Minas. A Polícia Civil investiga se os animais eram utilizados para aplicar golpes financeiros, por meio de esquemas de pirâmide. O caso foi tema de reportagem do fantástico no final de semana.

De acordo com o médico veterinário do santuário animal localizado em Camanducaia, Maurice Vidal, os animais precisam de cuidados antes de serem transferidos. Por isso, ele acredita que em seis meses eles devem chegar ao Sul de Minas.

“Eles estão lá há mais de uma semana, foi o prazo que a prefeitura havia dado para a gente. Agora vamos ter outras reuniões para decidir quanto tempo eles conseguem ficar ali. Eles precisam engordar primeiramente, a musculatura não se cria rápido, demora pelo menos três meses para começar a ganhar musculatura. E também a parte de vermifugação e vacinação que nenhum, na minha opinião, foi vacinado ou vermefugado algum dia”, disse.

De Cunha, no interior de São Paulo, a Camanducaia, no Sul de Minas, onde fica o santuário, são 288 quilômetros, quase quatro horas de estrada.

Ao longo de dez anos, o santuário resgatou 250 animais. A maioria e de grande porte e vítima de maus-tratos. Mensalmente, são gastos cerca de R$ 80 mil em despesas entre alimentação e atendimento veterinário.

“Têm animais que possuem doenças que vão acarretar o que hoje seriam crônicas, que eles levam para o resto da vida. Então, sim, eles precisam ter acompanhamento médico veterinário para o resto da vida deles”, falou o médico veterinário.

Entenda o caso

Os animais foram encontrados pela Polícia Ambiental no dia 2 de fevereiro, sem acesso a alimentação, água ou suporte veterinário, em situação de abandono. Ao todo, foram localizados 302 bezerros.

Na ocasião, o dono foi multado em R$ 900 mil e a Justiça determinou que desse tratamento aos animais, sob pena de multa diária de R$ 10 mil para cada animal em risco. Apesar da ação, os animais seguiram abandonados e a Justiça autorizou o resgate.

Na mesma semana, os bezerros resgatados foram levados a um hospital de campanha montado no recinto de exposições de Cunha, em um espaço cedido pela prefeitura. Os animais foram alimentados e depois encaminhados a hospitais veterinários, por ativistas e ONGs do direto animal.

A Polícia Civil investiga se os bezerros eram utilizados para aplicar golpes financeiros, por meio de esquemas de pirâmide.

A suspeita da polícia foi apresentada em uma reportagem do Fantástico no último domingo (13), que mostrou que os proprietários usavam os animais para fazer ofertas de investimento em gado nas redes sociais.

De acordo com a investigação, como nenhum bezerro da fazenda tem condições sanitárias para ser negociado, o negócio apresenta características de pirâmide financeira. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil.

Fonte: G1 


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