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11 fevereiro 2022

Equipe de caça abate 400 javalis na região de Rio Preto (SP)


OPINIÃO:
é uma verdadeira chacina que ocorre com a anuência da lei. Não há nenhum interesse em controlar a população de javalis, esses animais se tornaram apenas uma justificativa para expressar violência e satisfazer o desejo de matar. 
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A caça de javali é permitida no País, sendo a única exceção desde 2013. Na região, o clube de tiro de Votuporanga mantém três equipes de "controladores de espécie exótica invasora". O presidente do Aquila Clube de Caça e Tiro, Jair Antonio Garcia, afirma que uma das equipes - geralmente formada por 15 integrantes - exterminou 400 animais no ano passado. Quem pratica o manejo de javalis se recusa em ser chamado de caçador, prefere ser chamado de “controlador”.

O abate segue uma série de regras impostas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e tem como principal objetivo evitar a reprodução da espécie e a destruição de plantações de soja, amendoim, cana-de-açúcar, mandioca e milho.

Por ter hábito noturno, esse tipo de caça acontece durante à noite, quando é permitido o uso de cachorros, que auxiliam na localização dos javalis. "É muito forte a caça. Temos três equipes. A equipe que mais matou, matou 400 javalis no ano passado".

De acordo com o presidente do clube de tiro, produtores rurais procuram os caçadores para exterminar os animais em diversas regiões do Estado. No certificado de registro, há autorização para o CAC participar deste tipo de atividade.

O subcomandante do 4º Batalhão de Polícia Ambiental, Alessandro Daleck, afirma que, com exceção do javali, a caça de animais da fauna silvestre nativa é proibida por lei. Ele afirma que o uso irregular do armamento pode caracterizar crime de posse ilegal de arma de fogo, com base na Lei Federal, que instituiu o Sistema Nacional de Armas (Sinarm).

Daleck afirma ainda que há riscos à integridade física dos caçadores durante o manejo de javalis. "A preocupação da Polícia Militar Ambiental é de envidar esforços para evitar que espécies nativas da fauna silvestre sejam abatidas com instrumentos (armamentos e outros) que deveriam ser utilizados apenas para a controle do javali e para as pessoas devidamente registradas junto ao órgão ambiental, portando o SIMAF (Sistema Integrado de Manejo de Fauna)”, disse.

Possíveis irregularidades no uso de armas no manejo de javali pelos CACs devem ser comunicadas à Delegacia do Exército da região.

Preocupação

O delegado-assistente da Delegacia Seccional de Rio Preto, Alexandre Arid, disse que a Polícia Civil já tem conhecimento do aumento dos registros de CACs na região. Ele alertou, no entanto, que os CACs não possuem autorização para transportar a sua arma fora do trecho entre a sua residência e o clube de tiro. A exceção é justamente para a caça, quando é expedida autorização para o manejo de javalis pelos órgãos competentes.

"Sou contra o CAC sair com uma arma para agir como ‘justiceiro’. Nós percebemos que há alguns abusos. É importante o cidadão aprender a manusear uma arma, mas o CAC não é preparado para o combate”, disse Arid, que também pratica tiro esportivo.

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