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10 fevereiro 2022

Morador em situação de rua e protetora improvisam maca para resgatar cão atropelado


OPINIÃO:
uma ambulância ou serviço especializado para o resgate de animais é o mínimo que o Poder Público pode oferecer. Não adianta apenas estimular a adoção, é preciso oferecer condições aos tutores para cuidar dos animais nos momentos de doenças e acidentes. Esperamos que o cãozinho se reabilite o quanto antes!
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O cachorro de um morador em situação de rua foi atropelado e precisou ser socorrido com uma maca improvisada no bairro Boa Vista, em São Vicente, no litoral de São Paulo. Em um vídeo obtido pelo G1 na última quarta-feira (9), é possível ver o animal com alguns ferimentos no pescoço e nas patas, enquanto é resgatado.

Segundo apurado pela reportagem, devido à dificuldade para mexer no animal, pegá-lo no colo e colocá-lo em um carro, por conta dos ferimentos, 'Pangaré' foi transportado pelo tutor e uma protetora de animais em uma maca improvisada com uma tábua e lençol até uma clínica veterinária próxima.

Nas redes sociais, a protetora de animais de rua Tanya Coelho fez uma publicação, na madrugada de segunda-feira (7), contando que Pangaré não sofreu fraturas graves, que seu estado é estável, e que recebeu alta após passar por atendimento veterinário. Tanya mobiliza uma campanha para conseguir ajuda para custear o tratamento do cão.

Ainda de acordo com a publicação, o tutor do cachorro é um morador em situação de rua que trabalha empurrando carrinhos na praia e vendendo balas. Até a recuperação, Pangaré não tem condições de ficar andando junto com o dono, por causa da recomendação de repouso e tratamento.

Na madrugada de terça-feira (8), Tanya afirmou, também pelas redes sociais, que o animal conseguiu um lar temporário para dar continuidade ao tratamento, onde está se recuperando, mas ainda com muita dor.


Falta de assistência

Ao g1, a protetora salientou que casos como esse acontecem constantemente. Ela e outros voluntários reclamam da falta do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu Animal, e de um Hospital Público Veterinário em São Vicente.

Segundo Tanya, a Zoonoses e a Ubasa não possuem estrutura, não realizam exames e nem aplicação de vacinas, sendo realizadas apenas castração e consulta. "Está faltando uma assistência para os animais", diz.

"A gente não tem um local, as pessoas carentes não têm. O morador de rua que precisa tratar o seu animal não tem. E o Samu é muito importante, ele era focado em animais que não têm dono, para animais de rua. E cadê a ambulância? Onde está? Por que não tem mais o Samu?", questiona ela.

Prefeitura

Em nota, a Prefeitura de São Vicente se posicionou sobre o assunto. Confira na íntegra:

"A Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria de Saúde (Sesau), informa que o Serviço de Atendimento Emergencial a Animais, Samu Animal, precisou ser descontinuado, devido aos problemas de estrutura deixados pelas gestões anteriores.

Além da ausência de médicos veterinários para acompanhar as remoções e prestar os atendimentos emergenciais, os funcionários não eram capacitados para exercer o resgate de animais acidentados. Os animais resgatados fora do horário de atendimento não tinham o socorro imediato, pois o corpo veterinário trabalha das 8h às 17h.

A ambulância utilizada pelo serviço era um veículo destinado a socorro de urgência de humanos, já fazia parte da frota da Secretaria de Saúde, e não foi adquirida com verba específica para este fim".

Fonte: G1 


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