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22 abril 2022

Filhote de capivara se enrosca em sacola plástica na ciclovia do Rio Pinheiros - SP


OPINIÃO:
humano é um bicho imundo mesmo...... não preserva seus rios e mares......... saqueia o planeta como se não houvesse amanhã......
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Filhote de capivara se enrosca em sacola plástica na ciclovia do Rio Pinheiros; especialista diz que local não é adequado para animais. Projeto do governo estadual está monitorando o animal no Parque Bruno Covas para remover a sacola; capivara não corre risco de vida.
 
Um filhote de capivara foi fotografado com uma sacola de plástico presa no pescoço no sábado (16) na ciclovia Rio Pinheiros, localizada no Parque Bruno Covas, Zona Oeste da capital paulista. O animal estava na companhia de outros filhotes e de capivaras adultas e não demonstrou desconforto com a peça, que provavelmente ficou presa durante um mergulho no rio.


Apesar da imagem triste causada pela poluição do local, o objeto não oferece risco para a pequena capivara, de acordo com Mariana Aidar, uma das responsáveis pelo Centro de Apoio e Proteção Animal (Capa), entidade apoiada pela Farah Service, gestora da ciclovia, do parque Bruno Covas e do consórcio Novo Rio Pinheiros. O Capas cuida dos animais do entorno, muito frequentado pelas simpáticas capivaras.
 
"Eu sei que dá aflição de ver esse objeto no corpo dela, mas não precisamos ficar preocupados. A primeira coisa que prestamos atenção quando vimos um objeto assim é se está ferindo ou cortando e não é o caso dela", afirma. Aidar disse que ela e sua equipe já tinham ciência do caso quando foram procurados pelo g1. De acordo com ela, o animal e seu grupo estão sendo monitorados desde a quinta-feira (14)


A equipe do Capa está realizando o que chamam de "condicionamento operante" do animal. Primeiro, são oferecidos alimentos para a capivara e seu grupo no local onde eles estão. Depois, os alimentos começam a ser oferecidos na mão da equipe, que em seguida captura o animal para conseguir remover o objeto.

"Muitas vezes, quando a gente está condicionando o animal para retirar o objeto, ele acaba saindo sozinho, e a gente nem precisa capturar. Não é simples lidar com esse animais na beira do rio, porque quando a gente tenta pegá-los, eles pulam para dentro do rio. Então nossa estratégia é condicioná-los: vamos alimentando no local onde ele vive para ele ir se acostumando a comer e depois começamos a fornecer o alimento na nossa mão. Quando a gente vê que ele tem confiança na gente é quando pegamos o material de captura e resgatamos", conta.

De acordo com Aidar, todo o processo pode levar vários dias. De acordo com a especialista, o que as pessoas podem fazer para contribuir, além de cobrar o poder público, é não jogar lixo nesses locais. 
"Não dá para fazer de uma vez. Se tentarmos pegar a capivara à força, ela vai para o rio e nunca mais a gente consegue chegar perto. Animais de vida livre não são fáceis de lidar, é toda uma dificuldade. Nesses dois anos de trabalho, aprendemos as melhores técnicas para ajudar. O que as pessoas podem fazer é não jogar lixo fora do lugar."


Em junho de 2019, o então governador João Doria (PSDB) prometeu despoluir o Rio Pinheiros até dezembro de 2022 e transformar o local em um "Puerto Madero" - um dos bairros mais populares de Buenos Aires, em que há um porto às margens do Rio da Prata. O local, que é repleto de bares e restaurantes, tornou-se um ponto turístico na capital argentina.

Em nota, o governo estadual afirmou que o programa Novo Rio Pinheiros já conectou 533 mil ligações à rede de esgoto e beneficiou 1,6 milhão de pessoas. Também removeu 62 mil toneladas de lixo do Pinheiros. Desde abril de 2020, o Projeto Capa já resgatou 88 animais, entre cães, gatos e dez capivaras, que foram examinados por diversos motivos de saúde.

'Animais não deveriam estar lá', diz pesquisador
Apesar de as capivaras serem responsáveis pelos melhores sorrisos e selfies dos ciclistas às margens do Rio Pinheiros, o local não é adequado para elas, de acordo com o dr. Derek Rosenfield, pesquisador da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade de São Paulo (USP).

"Esses animais não deveriam estar nesse ponto de Pinheiros. Esse lugar não é adequado porque as capivaras são semiaquáticas e essa água não é água, é muito poluída", afirma o pesquisador. A poluição da água é um dos maiores riscos para a vida desses animais, de acordo com o pesquisador.


"Não dá para perceber de fora, mas esses animais podem ter câncer por causa dessa água, que é importante para eles em termos de reprodução, controle de temperatura. Eles deveriam ser realocados para onde tem água limpa e não tem trânsito, porque ainda podem ser maltratados por pessoas e cachorros. As capivaras são muito resistentes, mas não é um local onde deveriam estar", afirma.
 

Rosenfield, que é americano, estuda as capivaras que vivem na raia olímpica da USP. De acordo com o pesquisador, o local lhe proporcionou observar esses simpáticos animais durante 24 horas por dia, o que ele chama de "presente de Deus". Ele alerta que as pessoas que frequentam esse locais onde há capivaras não devem se aproximar e muito menos tocar nos animais.

"As capivaras são consideradas hospedeiras amplificadas de doenças como a febre maculosa, transmitida por carrapatos. Isso não quer dizer que onde tem capivara, tem doença, mas onde tem capivara tem carrapato. E a bactéria pode chegar a uma concentração tão alta nos carrapatos que pode acontecer transmissão acidental para o ser humano. Não é comum, mas pode acontecer, e a doença é fatal", afirma. Rosenfield afirma, porém, que a pequena capivara envolta na sacola vai ficar bem.

"O plástico é flexível, só de a capivara crescer, o plástico vai se desfazer. Claro que pode acontecer algo absurdo, como ela se enganchar, e é traumático olhar, mas não é metal nem borracha, é simples, ela vai sair dessa, e a equipe do Capa já está cuidando dela."

Fonte: G1

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