OPINIÃO: Muito AXÉ para todas estas pessoas dedicadas à causa de devolução de odos os animais que são vítimas da crueldade e ganância humana.
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Pesquisadores devolveram à natureza um casal de lobos-guarás que foi criado em cativeiro. Os portões são abertos e lá vem o Baru. Sai desconfiado, mas logo se embrenha na mata. Logo depois é a vez da Caliandra correr para liberdade do cerrado. Os dois foram soltos em Luiz Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia.
“Agora ele vai viver a vida dele, e a nossa torcida é de que logo tenha filhotinhos”, diz Rogério Cunha de Paula, coordenador do Plano Nacional de Conservação dos Canídeos/ICMBio.
Mas para chegar até esse momento, foram dois longos anos de trabalho. Baru tinha poucos dias de vida quando a mãe morreu. Resgatado, junto com os outros quatro irmãos, o destino dos filhotes de lobo-guará seria um zoológico. Mas ambientalistas do Instituto Chico Mendes tiveram uma outra ideia: devolvê-los para natureza. E começaram um treinamento para que os animais dependessem cada vez menos dos humanos. A adaptação foi numa área gigante, de 3 mil metros quadrados de cerrado preservado, numa fazenda da Bahia.
”Aqui eles não têm praticamente contato nenhum com humanos, só recebem a visita do tratador e a gente, quando vem fazer o monitoramento”, explica Gabriella Rosa, coordenadora do Parque Viva Cerrado.
Eles aprenderam a caçar, a identificar frutos e a fugir dos perigos da vida selvagem. Mês passado, biólogos e veterinários concluíram que os lobos-guarás estavam prontos para ganhar a liberdade, mas antes os animais receberam microchip para medir os batimentos cardíacos e colares de monitoramento, e eles vêm com fitas refletivas.
Caliandra e Baru já estão livres no cerrado. Assim como a Mangaba e o Araticum, soltos em janeiro, em Jaborandi, também na Bahia. Mas a pesquisa não para por aí. Tem mais seis lobos-guarás em treinamento.
Pequi, desde bebezinha, vem recebendo os cuidados dos tratadores: primeiro no Zoológico de Brasília e depois numa ONG na Bahia. E agora Pequi começa uma nova fase da vida. Em uma fazenda vai aprender a se virar sozinha para conseguir voltar para natureza.
Por enquanto, são os tratadores que levam a comida: ovos e frutas do cerrado. “Na segunda etapa, a gente começa espalhar esses alimentos pelo recinto para estimular o forrageamento, que é a procura por alimentos nessa região, para que ela saiba fazer isso quando for solta”, explica Ana Paula de Quadros, presidente da ONG Jaguaracambé.
Existem pouco mais de 12 mil lobos-guarás vivendo na natureza. A ideia é que a reintrodução dos animais ajude a perpetuar a espécie, ameaçada de extinção. E mais do que isso: “Também contribuir para a conservação do cerrado, porque o lobo é conhecido como semeador do cerrado. Então não é só pensar na espécie, mas no bioma como um todo, na natureza como um todo”, diz Luciana Della Coletta, coordenadora de Estratégias para Conservação do ICMBio.
Fonte: G1/Jornal Nacional
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