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27 outubro 2022

Animais marinhos atendidos no centro de recuperação da FURG são devolvidos ao mar em Rio Grande


OPINIÃO:
É um trabalho incrível desta gente querida...... Muito Axé para todos eles.....
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Pinguins-de-magalhães e lobos e leões-marinhos voltaram ao Oceano Atlântico. Apesar da recuperação, mais de 100 animais foram encontrados mortos na beira da praia, a maioria por ação humana.

Os bichos reabilitados no Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM), da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), foram devolvidos ao mar pelos pesquisadores. São pinguins, lobos-marinhos e leões-marinhos que foram encontrados debilitados na beira da Praia do Cassino e, agora, podem voltar ao habitat natural.


O grupo de pesquisadores contou com o apoio da Brigada Militar, a polícia militar do RS, e partiu em uma jornada pela beira da praia por 120 quilômetros de areia. Cinco horas após a partida, eles chegaram ao Farol do Albardão, onde os primeiros pinguins-de-magalhães foram devolvidos ao oceano.

Depois, um leão-marinho também seguiu seu rumo. E três lobos-marinhos, embora tenham demorado mais um pouco, também seguiram viagem.

"Esse momento é de muita alegria para nós, para toda a equipe que trabalhou diretamente, diariamente, com os cuidados na recuperação desses animais, com todo empenho e todo carinho", diz a oceanóloga e coordenadora do CRAM Paula Lima Canabarro.


Flagrantes do impacto do homem
Todos os meses, os pesquisadores percorrem a faixa de areia para documentar animais marinhos mortos, redes de pesca e riachos naturais que se formam ao longo da praia. Algumas surpresas, porém, são desagradáveis, como uma baleia jubarte de 12 metros de comprimento encontrada sem vida na beira d'água.

"No período de inverno é comum que esses animais estejam presentes no nosso litoral, porque eles se deslocam ate a Bahia para reproduzir. Nessa época, a gente imagina que vamos encontrar esse tipo de carcaças aqui na praia", analisa a bióloga Vitória Muraro.

Dezenas de pinguins também foram encontrados mortos nos últimos meses no litoral gaúcho. Alguns deles, jovens demais, não conseguem nadar tanto durante a migração. Outros, porém, são vítimas da ação do homem.

"Lixo, redes de pesca, embarcações, sobrepesca. Tudo isso impacta nesses animais", justifica Vitória. Os policiais que acompanham a expedição flagraram pescadores com redes irregulares.

"Se tu não evitares esses crimes aí, o próprio pescador não vai ter [o que pescar]. Vai chegar um momento que não vai ter o peixe para ele, que é o próprio trabalho deles", diz o comandante da Patrulha Ambiental da Brigada Militar, em Rio Grande, Luciano Prestes Viana.

"Onde se vê isso?"
Na imensidão de areia e mar, a expedição também encontra um aventureiro. O engenheiro de Curitiba (PR) Alexandre Correia caminha sozinho há cinco dias em uma jornada de descobertas antes de cruzar com o caminho dos pesquisadores.


"Você vê baleia, pinguim, tartaruga. Onde se vê isso aí? Não Vê. Muito bonito, muito lindo mesmo", elogia.

Os animais foram para casa, mas os cientistas seguem até a Barra do Chuí, no ponto mais ao Sul do Brasil. A contabilização do grupo é que, em 230 quilômetros, foram achados 101 animais marinhos mortos. A maioria, infelizmente, por ação humana.

"O que nós vimos deverá servir como alerta a todas as pessoas que estão vivendo nesta região e também aquelas que chegam aqui, de fora, de lugares distantes do mar. Que fiquem sabendo: o mar continua sendo agredido, continua sendo o lugar terminal da poluição, e nós podemos, mesmo morando longe do mar, contribuir de alguma maneira, evitando que isso aconteça", afirma o diretor do Museu Oceanográfico da FURG, Lauro Barcellos.

Fonte: G1

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