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22 outubro 2022

Veterinária bolsonarista marca rosto de animal com número de campanha do presidente


OPINIÃO:
E saber que protetores, ambientalistas e veganos vão votar neste maldito que faz de quintal o meu Brasil. Estou enojada com tudo isto.... piorei muito da minha doença por ver estas pessoas cumpliciando com este criminoso...... Já pensei até tirar minha vida de tanto desgosto por ver tanta mediocridade, desinformação e insensibilidade....... Que Deus tenha piedade dos animais!!!!!
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Na semana desta sexta-feira 21/10, um vídeo de uma bolsonarista marcando a ferro o rosto de um bezerro viralizou nas redes sociais. A responsável pela crueldade, a veterinária Fernanda Paula Kajozi, afirmou que a marcação não é uma manifestação política, e sim um procedimento de rotina. Entretanto, o protocolo estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento não é compatível com o ato cometido pela veterinária. 


O vídeo mostra a veterinária marcando o rosto de um bezerro com o número 22. É possível ver que um homem segura o animal, enquanto ela pisa em seu focinho e encosta o ferro quente na lateral de seu rosto. A atrocidade foi compartilhada nas redes com uma música de campanha de Jair Bolsonaro. 

Segundo o Ministério da Agricultura, é permitido realizar gravações a ferro no rosto dos animais desde meados de 1960. Entretanto, é preciso seguir algumas regras, que foram desrespeitadas pela veterinária. O regulamento afirma: “As fêmeas vacinadas de 3 a 8 meses devem, obrigatoriamente, ser marcadas com ferro candente ou nitrogênio líquido, no lado esquerdo da face. Fêmeas vacinadas com a vacina B19 deverão ser marcadas com o algarismo final do ano de vacinação. Fêmeas vacinadas com a amostra RB51 deverão ser marcadas com um V”. 


Então, o padrão de marcação depende do tipo de vacina aplicado. Se a fêmea foi imunizada contra a brucelina (vacina B19), então deverá ser marcada com o último número do ano de vacinação. Mesmo que o animal do vídeo tenha recebido esse tipo de imunizante, sua marcação deveria conter apenas o número 2, não 22. 

Depois da repercussão do caso, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Tocantins informou que abrirá uma apuração para adotar medidas cabíveis. “Caso fique provado ilícito, a profissional poderá responder Processo Ético que será analisado e julgado em Plenária, podendo ser punida” afirmou o Conselho.

Um processo foi aberto pelo Ministério Público do Tocantins para apurar os possíveis crimes da veterinária. Entretanto, a advogada Marianna Ferraz de Azevedo Barros, que realiza a defesa da bolsonarista, informou que a marcação do bezerro aconteceu no Pará, e que o Ministério do Tocantins não tem autoridade para lidar com o caso. 

O vídeo foi apagado da página da veterinária, mas as imagens de crueldade ainda circulam através de outros perfis. Fernanda Paula Kajozi deu uma declaração sobre o vídeo, afirmando que a marcação não tem a ver com a campanha de Jair Bolsonaro. Entretanto, a mulher não deixou de citar que seu candidato à presidência é o que concorre pelo número 22: “Eu não marquei 22 na cara do bezerro por conta do Bolsonaro, não. É porque você marca na cara do bezerro o ano, na paleta você marca o mês e atrás, na anca do bezerro, você marca a marca da propriedade, no caso a do meu pai é F1. Eu apenas filmei fazendo um procedimento que desde o mês um está fazendo e até o mês 12 vai estar fazendo. Ano que vem vai ser 23 e assim sucessivamente. Então não tem nada a ver com Bolsonaro. Mas eu sou Bolsonaro“. 

Já existe um movimento de veterinários contrários à marcação de animais com ferro quente. O Projeto Redução da Marca a Fogo é uma iniciativa de empresas e centros de pesquisa a fim de promover o bem-estar animal. Em entrevista ao g1, o zootecnista e professor de etologia e bem-estar animal na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP, Mateus Paranhos da Costa informou sobre o projeto e sobre a atitude da veterinária bolsonarista. 

“Essa marcação é totalmente anormal. Além do que a prática com o que ela foi feita pode caracterizar maus-tratos aos animais porque a moça que aplicou a marca está pisando na cabeça do bezerro. A contenção mal feita e a aplicação de uma marca que não é normal ou frequente. Muito provavelmente foi com interesse político. A prática foi totalmente equivocada” afirmou o professor. 

Sobre o projeto, Mateus Paranhos da Costa destacou que as marcas nos animais estão sendo substituídas por tatuagens ou brincos eletrônicos ou visuais, a fim de promover uma diminuição no sofrimento do gado.

“Vale destacar que a face dos bovinos em geral é uma das áreas mais sensíveis do animal. A marca a fogo é uma queimadura de segundo ou terceiro grau e, quando colocada na face, que aí no caso foram duas marcas, gera dor aguda no momento da aplicação e depois no processo inflamatório”.

Um comentário:

  1. É uma desgraçada. Deveria marcar a cara dela. FDP

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