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19 junho 2024

Baleias do Pacífico diminuíram de tamanho nos últimos 20 anos, mostra pesquisa


OPINIÃO:
 a ação humana nos habitats gerou danos irreversíveis para muitas espécies que terão apenas o futuro sombrio da completa extinção. 
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Por Redação, do Um Só Planeta

O tamanho das baleias cinzentas da costa noroeste do Pacífico diminuiu significativamente desde o ano 2000, descobriu um novo estudo da Universidade de St. Andrews, da Escócia, da Universidade Estadual do Oregon (OSU, na sigla em inglês) e do Ursinus College, ambos dos Estados Unidos. Essa mudança, segundo os pesquisadores, pode ter consequências importantes para a saúde e o sucesso reprodutivo dos animais e, também, levanta preocupações sobre o estado da cadeia alimentar em que coexistem.
“Este pode ser um sinal de alerta precoce de que a abundância desta população está começando a diminuir, ou não é saudável”, disse Kevin Bierlich, coautor do trabalho e professor assistente no Instituto de Mamíferos Marinhos da OSU. “E as baleias são consideradas sentinelas do ecossistema, por isso, se a sua população não estiver bem, isso pode dizer muito sobre o próprio ambiente.”

A pesquisa, publicada na Global Change Biology, analisou o Pacific Coast Feeding Group (PCFG), um pequeno subconjunto de cerca de 200 baleias cinzentas dentro da maior população do Pacífico Norte Oriental (ENP), de cerca de 14,5 mil indivíduos. Este subgrupo permanece mais próximo da costa ao no estado do Oregon, alimentando-se em águas mais rasas e mais quentes do que os mares do Ártico, onde a maior parte da população de baleias cinzentas passa grande parte do ano.

Os investigadores usaram imagens de 2016 a 2022 de 130 baleias individuais com idade conhecida ou estimada, e determinaram que um indivíduo adulto nascido em 2020 deve atingir 1,65 metros, menos do que as contrapartes nascidas antes de 2000.

No caso das baleias cinzentas PCFG, que chegam a 11,8 a 12,5 metros de comprimento na maturidade total, isso representa uma perda de mais de 13% do seu tamanho. Para efeito de comparação, se a mesma tendência acontecesse em humanos, seria como se a altura da mulher americana média diminuísse de 1,80 para 1,20 metro ao longo de 20 anos.

“Em geral, o tamanho é crítico para os animais”, enfatizou Enrico Pirotta, principal autor e pesquisador da Universidade de St. Andrews. “Isso afeta seu comportamento, sua fisiologia, sua história de vida e tem efeitos em cascata para os animais e para a comunidade da qual fazem parte”.

Para os filhotes, as principais preocupações são em relação às taxas de sobrevivência quando se tornarem adultos, e, para os adultos, é o sucesso reprodutivo.

No geral, a espécie armazena e aloca energia para crescer e manter sua saúde. Porém, com a diminuição no tamanho, surge a dúvida se serão capazes de colocar energia suficiente para a reprodução e manter a população em crescimento.

As cicatrizes nas baleias PCFG causadas por colisões com barcos e emaranhamento de equipamentos de pesca também deixam a equipe preocupada com o fato de que o tamanho corporal menor com reservas de energia mais baixas pode torná-las menos resistentes a lesões.

Pelo estudo, há uma relação entre o tamanho dos animais e as mudanças no equilíbrio entre a ressurgência e o relaxamento, padrões do ambiente oceânico que regulam a disponibilidade de alimentos. O período de ressurgência varre os nutrientes das regiões mais profundas para as mais rasas, e os períodos de relaxamento permitem que esses nutrientes permaneçam em áreas mais rasas, onde a luz possibilita o crescimento do plâncton e de outros organismos minúsculos, incluindo as presas das baleias cinzentas.

“Sem um equilíbrio entre eles, o ecossistema pode não ser capaz de produzir presas suficientes para suportar o grande tamanho destas baleias cinzentas”, disse o coautor Leigh Torres, da OSU.

O especialista salientou que não foi analisado especificamente como as mudanças climáticas estão afetando estes padrões. “Mas, em geral, sabemos que afetam a oceanografia do Nordeste do Pacífico através de alterações nos padrões do vento e na temperatura da água, e esses e outros fatores afetam a dinâmica de ressurgência e relaxamento na área.”

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