OPINIÃO: absolutamente toda vida importa! Parabéns à sensibilidade desses heróis que entenderam a prioridade e urgência da situação.
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Por Jornal Nacional
Bombeiros que combatem incêndios no Mato Grosso do Sul conseguiram salvar uma família de uma das espécies mais importantes do Pantanal.
Pelo Rio Paraguai, Corumbá vai ficando para trás, escondida pela coluna de fumaça. O Pantanal está salpicado por pontos de incêndio - não há um; são centenas deles. E se por alguns momentos o Rio Largo faz lembrar a imagem que temos do Pantanal preservado, a curva seguinte nos confronta de novo com a realidade de agora.
Quando se vai cruzando o rio dentro d’água, percebe-se, de longe, a copa das árvores verdes e quase não dá para imaginar o que se vê: o fogo continua vivo por baixo e vai se alastrando mesmo quando tem uma vegetação, de longe, verde. Os bombeiros vão mapeando as áreas, buscando as chamas.
Tenente Castro: Uma das maiores dificuldades é o próprio acesso à área que está sendo queimada.
Tiago Eltz, repórter: É impressionante, não sei. Vamos tentar ficar em silêncio para ver se vocês conseguem ouvir, porque a gente ouve o estalado do fogo. Parece que está muito perto, mas...
Tenente Castro: Mas está distante.
Cada foco de incêndio é marcado em um mapa. O combate tem abordagens diferentes. Quase sempre com apoio aéreo. Mas é preciso escolher as prioridades.
Quando os bombeiros viram, de longe, um ninho de uma ave, todos souberam que era uma dessas prioridades. As chamas avançavam sobre a árvore onde estava um ninho de tuiuiú. Os bombeiros cercaram a árvore, puxaram a água do rio para apagar as chamas e ficaram defendendo o ninho de um dia para o outro.
Tanto esforço tem suas justificativas. O tuiuiú não é só o símbolo do Pantanal, mas também foi o centro de um drama da última grande queimada em 2020, que o Jornal Nacional mostrou. O outro ninho pegou fogo - o mais famoso de Corumbá, às margens da BR-262, um ponto turístico e patrimônio da cidade.
Os tuiuiús formam casais para a vida toda e têm só uma casa também. Os biólogos construíram um outro ninho, artificial, mas levou três anos para o casal de lá aceitar a nova morada. Dessa vez, não vai ser preciso reconstruir nada.
Nesta terça-feira (25), no alto da árvore que se destaca no horizonte, vê-se o ninho defendido por tantas horas, e o casal que tinha saído durante o incêndio, está de volta, tranquilo. Todo o trabalho dos bombeiros, toda a batalha que se estendeu por horas, foi para salvar uma árvore e, principalmente, salvar o casal de tuiuiús.
Ao redor do casal de tuiuiús, o Pantanal queima. Mas os bombeiros seguem determinados a não deixar que o símbolo do Pantanal, e da luta de todos agora, seja ameaçado.
“Tudo o que a gente consegue proteger, seja um casal de tuiuiús como esse, seja uma sede de uma fazenda ou impedir o fogo que chega em uma comunidade ribeirinha, é a representação máxima do nosso trabalho, do nosso sucesso”, afirma o bombeiro.
Fonte: G1
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