OPINIÃO: o tráfico de animais é terceira maior atividade criminosa do mundo e existe exclusivamente em razão do egoísmo e ganância humanos. Enquanto não existirem leis que punam exemplarmente esses criminosos, infelizmente, muitas espécies estarão em risco.
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Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares
A Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um alerta para os impactos do tráfico de animais e plantas. De acordo com o último Relatório Mundial de Crimes contra a Vida Selvagem, cerca de 4 mil espécies são ameaçadas pela prática criminosa.
Impactos dos crimes para o planeta
De acordo com a ONU, “o crime contra a vida selvagem inflige danos incalculáveis à natureza e também põe em risco os meios de subsistência, a saúde pública, a boa governança e a capacidade do nosso planeta de combater as mudanças climáticas“.
O relatório foi elaborado a partir de mais de 140 mil registros de apreensões de vida selvagem que ocorreram em 162 países e territórios entre os anos 2015 e 2021.
Embora tenha sido registrada uma diminuição no tráfico de alguns animais, como rinocerontes e elefantes, o contrário foi verificado para outras espécies menos conhecidas.
Cerca de 3.250 delas estão listadas na Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção.
Problemas na fiscalização do comércio ilegal de animais e plantas
O levantamento aponta, por exemplo, que os corais representaram 16% dos casos de tráfico, seguidos pelos crocodilos, com 9%. Os elefantes somam 6% (eram 16% no período entre 2005 e 2014).
A ONU destaca que o número de crimes é alto, mas que há subnotificação, o que faz do problema ainda maior. Alguns dos obstáculos citados são a corrupção e problemas no processo de fiscalização.
A tecnologia também está ajudando os criminosos. Durante a pandemia de Covid-19, grande parte do comércio de animais silvestres passou a ser online, tornando ainda mais difícil para as autoridades fazer uma fiscalização adequada deste processo.
O que move os criminosos é o alto valor financeiro de animais exóticos, além de uma demanda crescente por répteis. Mas as espécies traficadas também estão sendo usadas para outros fins, como moda, medicamentos tradicionais e para o desenvolvimento de drogas, caso de um sapo venenoso famoso por suas toxinas psicodélicas, por exemplo.
O relatório também aponta que o tráfico de animais silvestres contribuiu para extinções locais ou globais de algumas das espécies mais impactadas, como orquídeas raras, suculentas e répteis. Além disso, a circulação ilegal de animais pode facilitar a propagação de novas doenças, aumentando os riscos para a saúde pública.
Outro ponto destacado é o impacto para as mudanças climáticas, a partir do desequilíbrio causado na natureza. Dessa forma, a ONU pede maiores esforços e a união de governos ao redor do mundo para coibir os crimes.
Fonte: Olhar Digital
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