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04 julho 2024

Cão Joca, que morreu em voo da Gol, sofreu choque cardiogênico, diz laudo da USP


OPINIÃO:
 após cerca de três meses, o laudo feito pelo USP comprova a negligência da Gol e o quanto Joca sofreu por conta disto. Muito triste e a impunidade é gritante! 
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Por Francisco Lima Neto

O cão Joca, animal da raça golden retriever que morreu em abril quando era transportado pela companhia aérea Gol, sofreu um choque cardiogênico, segundo laudo necroscópico da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (Universidade de São Paulo).
O laudo foi solicitado pelo Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo), da Polícia Civil do estado.

"O choque cardiogênico é um distúrbio circulatório associado à redução de rendimento cardíaco, resultado da falência do coração em bombear adequadamente o sangue, podendo ser causado por diversas condições patológicas cardíacas", diz o laudo.

Procurada nesta quinta-feira (4) para comentar o laudo, a Gol relembrou que suspendeu o transporte de animais no porão das aeronaves.

A necropsia foi realizada em 16 de maio e é assinada pela professora Claudia Momo.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirmou que a investigação é conduzida pela Delegacia de Crimes Contra o Meio Ambiente de Guarulhos e que a autoridade policial aguarda o laudo para esclarecer a causa da morte do animal e concluir a investigação.

A família de João Fantazzini, tutor de Joca, diz esperar que as investigações sejam logo encerradas. "Com o laudo, resumidamente, podemos concluir que [a morte] foi por stress e calor", afirma Marcello Primo Muccio, advogado que representa Fantazzini.

O cachorro morreu no dia 22 de abril após ser embarcado em um voo errado da Gol Linhas Aéreas.

O cão Joca tinha 4 anos e viajaria do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, para Sinop, em Mato Grosso, no mesmo voo que seu dono. Por ser um cachorro de grande porte, não pôde ir junto aos assentos da aeronave e precisou ser despachado numa caixa de transporte, viajando no porão da aeronave.

Ao chegar em Mato Grosso, a Gol relatou o erro ao tutor. O cachorro não havia viajado no mesmo voo e tinha sido enviado para Fortaleza, cidade 2.082 km distante.

Fantazzini recebeu imagens e vídeos do cachorro no Ceará, com água sendo fornecida pelos funcionários da companhia aérea. Como Joca passaria por Guarulhos antes de ser enviado a Sinop, o tutor decidiu voltar para São Paulo para encontrar o animal.

Ao chegar ao aeroporto de Guarulhos, João notou que Joca estava sem sinais vitais. A morte do cão foi constatada por uma veterinária, que na ocasião deu laudo de "parada cardiorrespiratória com causa ainda a ser esclarecida".

A Gol lamentou o ocorrido, atribuiu o desvio de rota do animal a uma falha operacional e disse que foi surpreendida pela morte do cachorro. Também afirmou, na época, que estava oferecendo todo suporte necessário ao tutor. "Entendemos a sua dor e lamentamos profundamente a perda do seu animal de estimação", disse, em nota.

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