OPINIÃO: que história estranha! Esperamos que a ONG em questão venha a público e esclareça o que esperamos ser um mal-entendido.
-------------------
Por Redação GZH
Internado durante dois meses em uma clínica veterinária de Caxias do Sul, um gato de dois anos pôde, nessa quarta-feira (17), reencontrar a família em Muçum, no Vale do Taquari. O retorno para casa, no entanto, só aconteceu por intermédio da Justiça, que determinou a busca e resgate do animal na Serra.
Em maio, a família Grieger teve a casa atingida pela chuva pela terceira vez. Abrigada no salão comunitário de Muçum, onde ficou com o pai, a mãe e a irmã por um mês, Martina Grieger, 21 anos, deu falta de um dos três gatos salvos da enchente. Miu retornou ao abrigo uma semana depois, machucado. Martina buscou tratamento junto a um QG da ONG Adote um Miau, de Caxias do Sul, em Muçum, criado para distribuição de ração, casinhas e auxílio a resgates de animais da região.
No atendimento, a família se identificou como tutora do gato e soube que o animal teria que ser internado em uma clínica em Caxias. Os tutores do animal receberam uma mensagem de celular informando que havia dado tudo certo com o transporte até a Serra. Depois disso, os Grieger foram surpreendidos com uma publicação da ONG, nas redes sociais, afirmando que havia resgatado o gato da enchente e que o animal estaria em tratamento em uma clínica veterinária de Caxias.
Ao contatar a ONG, Martina foi informada sobre a necessidade de pagar o tratamento de saúde do gato para a devolução do animal. A tutora fez uma vaquinha online e arrecadou R$ 999. O valor não foi suficiente, pois o tratamento já estava em R$ 3 mil.
“Alegaram que não iam trazer de volta porque ainda não tinha tido alta, mesmo com a gente dizendo que seguiríamos o tratamento em Encantado, para ele ficar mais próximo de nós. Foi tentado conversar de forma tranquila inúmeras vezes para realizarem a devolução, mas sem sucesso. Na verdade, até agora estamos sem entender o real motivo para a não devolução por parte da ONG”, explica Martina.
A ONG garante que não se negou a devolver o gato. Porém, em nota, afirma que solicitou que fosse assinado um termo de ciência e responsabilidade que o gato não estava de alta veterinária. A nota diz ainda que “os tutores eram informados semanalmente, inclusive através de vídeos das visitas na clínica, também divulgados nas redes sociais. Todavia, os tutores solicitaram o retorno imediato do gato, independente do seu estado clínico, que era delicado”.
Martina afirma que não se negou a assinar o termo. Porém, mesmo assim, não conseguiu recuperar o animal. Com isso, buscou a Defensoria Pública do Estado que ajuizou uma ação judicial de busca e resgate, em tutela de urgência, para retirar o gato da clínica.
Conforme a juíza Vanessa Azevedo Bento que deferiu a ação, a relação afetiva entre a autora e o animal doméstico e a negativa em entregá-lo estão demonstradas em fotos, boletim de ocorrência policial e conversas de WhatsApp.
Para a juíza que determinou a busca e resgate do gato, o animal merece “tratamento peculiar justamente em razão das relações afetivas estabelecidas entre ele e seus tutores. Para além disso, a discussão quanto à titularidade de eventual dívida referente ao tratamento dispensado ao gato na clínica localizada em Caxias do Sul não pode servir de empecilho à devolução do animal à família à qual pertence, que possui o direito de promover o tratamento necessário em clínica de sua escolha”, analisou Vanessa.
Miu voltou para casa
Segundo Martina, a responsabilidade pelo pagamento ainda é discutido na ação movida pela Defensoria Pública.
“Não nos negamos a pagar. Apesar de afetados pela enchente três vezes, daríamos um jeito de juntar o valor, mas a dívida estava aumentando a cada dia e não tínhamos informação sobre a saúde do animal”.
Miu voltou para casa na quarta-feira (17). Segunda Martina, os recursos arrecadados na vaquinha online serão usados para dar continuidade ao tratamento, que será feito em Roca Sales, mais perto da casa da família.
“Foi um reencontro muito esperado. Ele ainda tem uma ferida na pata, mas está muito bem, comendo bem. Saiu caminhando por toda a casa, cheirando tudo, arranhando os lugares que costumava arranhar”, comemora a tutora.
Fonte: GZH
Nenhum comentário:
Postar um comentário