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12 julho 2021

Caça a animais silvestres está em expansão no Brasil com o apoio do governo Bolsonaro


OPINIÃO:
o extermínio de tudo que é vivo continua inexoravelmente rumo ao seu ápice. Bolsonaro na presidência é como um anticristo na Terra. O massacre da natureza, da vida animal e da vida humana crescem em um ritmo frenético enquanto fascistas negacionistas continuam fazendo "arminha" com a mão. Se você afirma defender a causa animal e contribuiu para isso, resta apenas dizer: parabéns aos envolvidos, vocês são cumplices de assassinato. 

Proibida desde 1967, a caça continua a ser corriqueira nas florestas brasileiras e está em expansão com o apoio do governo Bolsonaro, que busca flexibilizar a venda e o porte de armas, beneficiando o grupo chamado CAC (caçadores, atiradores e colecionadores), dizem cientistas e ambientalistas. Além disso, sete projetos de lei no Congresso buscam flexibilizar a caça esportiva no Brasil. 

"A caça tem aumentado com apoio do governo, que deveria coibi-la, já que é ilegal no Brasil. Com falar em porte de arma para caça esportiva se caçar é proibido por lei?  Ela espalha doenças e facilita o acesso do cidadão comum a armamentos. Empodera criminosos e ameaça a sociedade. Ambiente preservado significa doenças sob controle", afirma João Almeida, gerente de Vida Silvestre da Proteção Animal Mundial.  

A WAP-Brasil é uma das 137 organizações da sociedade civil que em agosto passado enviaram ao Congresso brasileiro um manifesto sobre a flexibilização da venda e do porte de armas de fogo promovida pelo governo Bolsonaro e as perdas de biodiversidade e serviços ambientais. 

O manifesto lembra que na categoria de caçadores foi ampliada pelo Decreto 9.846/2019 a cota de armas de 12 para 30, sendo até 15 de uso restrito, incluindo fuzis semiautomáticos. Cada caçador pode adquirir anualmente até 5.000 munições para cada arma de uso permitido e 1.000 para as de uso restrito.

Leia também:  Cientistas brasileiros estudam doenças que podem ser transmitidas pelo contato com carne de caça de animais silvestres

Reportagem do GLOBO, de 21 de julho de 2020, revelou que em dez anos o grupo de CACs (onde se inclui os caçadores) aumentou 737%, com crescimento acelerado no primeiro ano do governo Bolsonaro.

No Brasil, por lei, só pode se caçar, a título de “controle”, o javali europeu, que se tornou uma praga devastadora de ecossistemas e plantações, e o javaporco, seu híbrido com o porco doméstico. A caça do javali foi autorizada em 2013 e até agora não teve impacto no controle da população dos porcos, diz Almeida. 

"Existe a desculpa do controle do javali para o caçador entrar no mato e matar o que quiser. Mas a caça fracassou completamente em erradica-los. Só o que vemos são mais caçadores e javalis, inclusive em lugares onde não existiam e onde só poderiam chegar se levados pelo ser humano, como a Ilha Bela (SPO). A caça é uma ameaça à segurança e à saúde públicas", afirma ele. 

Marcelo Cupello da Silva, gerente de Fauna do Inea (Instituto Estadual do Ambiente), observa que a caça nos traz problemas que não deveríamos ter.  

"É mais barato comprar frango do que cápsulas de balas. As pessoas entram nas florestas do entorno das cidades para matar porque gostam. Abatem tatu, paca, gambá, capivaras, tudo o que restou de nossa biodiversidade. Alguns dizem que carne de capivara é uma iguaria. Se soubessem a quantidade de vermes, carrapatos e patógenos que esses roedores têm, talvez não os comessem", afirma.

Ele lembra que o brasileiro se horroriza com os chineses que comem morcegos, mas em nossa sociedade há quem considere uma maravilha comer tatu, reservatório da bactéria da hanseníase; ou paca, hospedeira dos vermes da hidatidose, que forma cistos no fígado em outros órgãos. 

Sujo e perigoso, o comércio de carne de caça prolifera. O biólogo Izar Aximoff diz que no estado de São Paulo o batalhão de Polícia Militar Ambiental registrou somente em sete meses de 2020 a apreensão de 300 armas de fogo com caçadores de animais silvestres. Segundo Aximoff, há um crescimento exponencial da caça impulsionado pela demanda por carne de caça. 

A bióloga Vanessa Teixeira, assessora técnica do Inea, explica que no Brasil um único caçador pode fazer imenso estrago porque existem muitas espécies de animais silvestres, mas elas têm poucos indivíduos. É completamente diferente da fauna de países do Hemisfério Norte, onde existem grandes populações de poucas espécies.  

"Nossas florestas estão sob intensa pressão. Não sabemos até quando vão aguentar", diz Teixeira. 

Fonte: O Globo 


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