OPINIÃO: viagens com animais domésticos são sempre delicadas e precisam ser feitas com muito estudo e cuidado, principalmente quando se tratam de animais broncocefálicos. Infelizmente, Bastião não é a primeira vítima desse tipo de tragédia. Nossos sinceros sentimentos à família do cãozinho. Esperamos que esse episódio triste suscite novas e conscientes políticas de transporte.
Um cão da raça bulldog francês morreu durante uma viagem de ônibus entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR), distantes cerca de 748 km. Segundo a dona do cachorro, a servidora pública Eliana Barbosa, 35 anos, a suspeita é de que o animal morreu por asfixia.
Eliana veio à Boa Vista com o filho de 11 anos e o mascote, para visitar a mãe, que mora em Roraima. Um boletim de ocorrência foi registrado no dia do fato, nesse domingo (11).
A viagem foi feita pela Caburaí Transportes. Segundo Eliana, "Bastião" era broncocefálico (nariz achatado) e não podia viajar em locais quentes ou abafados. Ao comprar a passagem, ela conta que foi apresentado um 'espaço pet' climatizado, o que não ocorreu.
Além disso, conforme Eliana, a empresa pediu uma série de documentos que comprovassem a capacidade do animal de fazer o trajeto, como o atestado de um veterinário. Mas, ao chegar na rodoviária de Manaus, ela conta que, mesmo em mãos, esses dados não foram solicitados no guichê.
Procurada, a Caburaí Transportes disse ao G1 que não vai se posicionar em relação à situação, mas que está "tomando todas as medidas cabíveis e legais para o momento".
"A casinha era muito menor e muito apertada. No momento em que levaram ele ao ônibus, eu acompanhei. Quando abriram o compartimento, logo vi que aquele local não era climatizado. Estava quente e ele não ia conseguir viajar em um local assim. O motorista me disse que tinha um botão, que quando eles fechassem a porta, o climatizador seria ligado e que ele ia ficar bem. Eles garantiram isso", conta a servidora pública.
Ao desembarcar em Boa Vista, no entanto, Eliana e o filho encontraram Bastião morto no compartimento. Ela conta ainda que a empresa alegou que o animal tinha problemas de saúde anteriores à viagem.
"Vai ser um grande vazio quando voltarmos para casa. Para mim, ele era como se fosse da família. [Bastião] era do meu filho. Eu tinha dado a responsabilidade para ele de cuidar desse cachorro mesmo com 11 anos e ele amava demais. Ele dizia que era o pai. Foi uma perda muito dolorida".
Conforme o advogado Wagner Pinheiro Costa, que representa Eliana no caso, uma ação de indenização por danos morais e materiais foi impetrada contra a empresa na Justiça. Ele diz que há provas de que o animal estava saudável e apto a viajar.
"Nesse caso, não havia risco. Era um animal saudável em ambiente precário, sem climatização, onde o animal provavelmente morreu por asfixia. Não adianta alegar agora que o animal não tinha condições de viajar, tendo em vista que era responsabilidade da empresa analisar os exames que foram feitos e decidir se poderia ou não haver o embarque", comentou.
Viagens com pets devem ser planejadas
A viagem com animais de estimação devem ser programadas com antecedência, conforme o médico veterinário Felipe Duarte. Antes do embarque, é necessário que o pet passe por uma análise clínica e avaliação das vacinas, como da raiva, que deve estar em dia.
"A partir desse primeiro atendimento, o médico veterinário irá designar se seu animal tem a permissão para sair do estado ou não. A liberação ocorre através da concessão de um atestado sanitário para o trânsito de animais", explica o veterinário.
Duarte também detalha que o médico veterinário pode orientar se o animal deve viajar no compartimento de bagagens ou na cabine do avião e ônibus. Ainda segundo ele, nenhum tipo de sedativo pode ser administrado sem o consentimento do veterinário responsável.
Fonte: G1
Esse povo tem que aprender a nao deixar seus pets viajarem nesses compartimentos. Quer viajar?? Só se for com o cachorro sentado do lado.
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