OPINIÃO: a engenhosidade humana, quando aplicada para bem, faz coisas incríveis. Infelizmente, esses jabutis não poderão ser devolvidos à natureza, mas terão mais qualidade de vida e locomoção de agora em diante.
Dois jabutis com apenas três patas receberam próteses com rodinhas para auxiliar na locomoção em uma ação realizada por técnicos do Parque Zoobotânico Arruda Câmara, a Bica, em João Pessoa. O local tem um centro de tratamento e reabilitação de animais que sofreram acidentes ou foram abandonados e podem ser reintroduzidos à natureza ou ficarem no próprio parque sob cuidados de humanos.
Segundo Thiago Nery, que é chefe do setor de zoológico da Bica, um dos jabutis chegou com a pata amputada por um ferimento antigo e o outro estava com uma atrofia em um dos membros.
“Optamos pela rodinha, que já é bastante utilizada em jabutis e que devolve aos animais uma facilidade de locomoção, principalmente no terreno que temos na Bica”, disse. Agora os animais passam por um tratamento de fisioterapia, para melhorar a locomoção.
Além dos jabutis, outros animais estão em reabilitação na Bica, como um gavião que se envolveu em um acidente, periquitos que foram abandonados pela mãe, um guaxinim com lesão neurológica e também dois bichos-preguiça, um filhote abandonado e um adulto vítima de acidente.
“Esta preguiça em particular foi vítima de acidente ferroviário e chegou com patas laceradas. Fizemos a amputação de dois membros, para estabilizar. Ele não tem condições de voltar à natureza, não há como fazer reintrodução, então ele vai ficar aqui sempre sob cuidados humanos”, explica a médica veterinária Paola Gonçalves.
Thiago Nery explica que a população também pode ajudar na recuperação dos animais silvestres, e que é necessário entender que não se pode cuidar de animais exóticos do mesmo jeito que se cuida de animais domésticos.
“Nós temos o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), que fica na Mata do Amém, em Cabedelo, e também a polícia ambiental, pelo 190. As pessoas têm que ter consciência de que estes animais silvestres têm peculiaridades, coisas da espécie, e que não é como tratar um cachorro ou gato. Às vezes as pessoas pegam achando que estão fazendo o bem, mas na verdade o tratamento inadequado só agrava o quadro,” completa.
Fonte: G1
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