OPINIÃO: pode virar lei? Estamos em 2021 e isso ainda é permitido? Será que é uma coincidência esse tipo de prática retrógrada ocorrer no mesmo estado que é famoso pelas farras do boi?
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Após o flagrante de uma corrida clandestina de cães da raça galgo, no mês de maio, em Araranguá, no Sul catarinense, um projeto de lei está prestes a ser votado na Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina) para proibir a corrida de cães em todo o Estado.
O projeto, de autoria do deputado estadual Marcius Machado (PL), já passou por todas as comissões e teve parecer favorável. Agora, a proposta vai para plenário para votação dos deputados. Se aprovado, passa para sanção ou veto do governador. A data de votação, segundo Machado, ainda não foi definida, mas se espera que ocorra em breve.
“Aguardamos que esse projeto seja votado o mais rápido possível. Essa é uma ação criminosa e desumana. Além dos maus-tratos, quando os animais não servem mais para corrida são abandonados”, cita Machado.
A PL 0070.4/2021, prevê uma mudança no Código Estadual de Proteção de Animais para incluir a proibição da realização de competições de corrida de cães. A proposta conta com uma emenda para permitir esse tipo de atividade apenas com cães que atuam em trabalhos com policiais e bombeiros, quando o trabalho é feito com responsabilidade e sem maus-tratos aos animais, de acordo com o parlamentar.
O deputado ressalta que vários órgãos do governo do Estado foram ouvidos sobre o projeto e todos se manifestaram favoráveis à aprovação do projeto e criação da lei.
Machado ressalta que as corridas com cães da raça galgo ocorriam na Argentina, passaram para o Uruguai, para o Rio Grande do Sul e agora em Santa Catarina, uma vez que foram proibidas nos outros locais.
“A intenção desse projeto é proibir totalmente a realização dessas corridas em Santa Catarina. Entendemos que isso se trata de maus-tratos, uma vez que os animais são estimulados a lutar entre si ao fim das corridas, são expostos a uso de esteroides e sofrem estresse físico e mental”, acrescenta.
Se aprovado, o projeto, conforme explica o parlamentar, prevê multa de R$ 10 a R$ 12 mil para quem realizar corridas com cães.
Corrida em Araranguá
Cinco pessoas foram presas em flagrante por maus tratos a animais durante a corrida clandestina de cães em Araranguá. No local foram encontrados anabolizantes e doses de remédios que eram dados aos animais.
Os cães foram encaminhados até a FAMA (Fundação Ambiental do Município de Araranguá), que constatou que os animais estavam o dia inteiro sem água e sem comida.
Segundo o delegado regional da Polícia Civil de Araranguá, Diego de Haro, as forças de segurança realizaram diligências depois de receberem denúncias sobre a realização de corridas no município.
“A Polícia Civil também foi ao local e detectou que estavam ocorrendo corridas clandestinas, além de encontrar medicamentos, entre eles anabolizantes, e uma pista, que ficava ao lado de onde as pessoas foram localizadas”, continua Diego de Haro.
Houve a prisão em flagrante de cinco homens por crime de maus tratos a animal doméstico. O crime tem pena prevista de dois a cinco anos, e não prevê direito à fiança na fase policial.
Cães estão sob tutela de veterinária
A médica veterinária Kátia Chubaci, ficou com a tutela provisória dos animais até que ocorra a decisão judicial da guarda dos cães. No dia da corrida, eles foram avaliados para conferir a possibilidade de terem sido dopados e recebido medicamentos que fazem mal à saúde.
Segundo ela, os animais estavam visivelmente estressados, com alterações físicas e emocionalmente. Os animais então foram encaminhados para um lar temporário onde permanecem recebendo todos os cuidados necessários.
“Tinham a musculatura bem alterada, compatíveis com animais que usam anabolizantes. Por meio de exames físicos e laboratoriais detectamos que eles tinham lesões renais, musculares e de locomoção. Uma das fêmeas precisa de acompanhamento de fisioterapia e a outra de controle da função renal devido ao uso de esteroides”, explica.
Fonte: NDmais
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