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Quando Lincoln Parkes, de 92 anos, começou a trabalhar como veterinário nos EUA, na década de 1950, o prognóstico mais comum para cães de outros animais com problemas sérios de mobilidade era a eutanásia. Veterano de guerra e amante de animais, Parkes simplesmente não conseguia aceitar esse fato. Ele pensava: “os animais, só porque não podem andar, não devem ser colocados para dormir”. O veterinário compreendeu que devia procurar uma nova abordagem.
Cadeiras de rodas
Há 60 anos, o veterinário saiu pelas ruas recolhendo uma variedade de itens, como pranchas de madeira, brinquedos e rodas de carroça. Com a matéria-prima em mãos, Lincoln Parkes construiu o primeiro protótipo de uma cadeira de rodas para cães.
O modelo era bastante rudimentar, mas inovador para a década de 1950. Vale lembrar que, na época, acessibilidade não era um tema muito debatido, nem quando se tratava de humanos – e a vida de animais não era nem um pouco valorizada.
Parkes acoplou a cadeira de rodas a um cão deficiente, que imediatamente saiu correndo pelas ruas. O veterinário conta que pensou imediatamente: “ok, acho que estou com problemas”. O modelo inédito fez surgir, a K9 Cart Company, em 1961. A empresa também desenvolve e produz outros equipamentos ortopédicos para animais.
Ninguém tinha ainda pensado no assunto, mas muitos tutores de cães, gatos e outros animais de estimação se interessaram. Nas décadas de 1960 e 1970, a K9 não tinha concorrentes e vendeu milhares de cadeiras de rodas, todos os anos, para família de todo o país.
O veterinário continuou aprimorando o design de cadeiras de rodas, que receberam diversas patentes ao longo de 50 anos. Ele desenvolveu modelos mais leves, equilibrados e fáceis de ajustar aos animais deficientes.
A aposentadoria
Em 1991, depois de realizar mais de três mil cirurgias – a maioria em cães e gatos – Lincoln Parkes decidiu aposentar-se e mudou-se para um local improvável: a pacata cidade de Oxford, de cerca de 700 habitantes, às margens da baía de Chesapeake, em Maryland, no nordeste dos EUA (o Distrito de Colúmbia, sede administrativa do país, fica entre Virgínia e Maryland).
A tranquilidade do local não afetou o espírito inventivo do veterinário. Ele continua fabricando centenas de cadeiras de rodas de todos os tipos e tamanhos, para as mais diversas espécies – isto inclui aves, hamsters e até cobras, além de cães e gatos.
De acordo com Parkes, as pessoas se apaixonam pelos pets e não há substitutos para eles. Os animais preenchem um espaço na vida dos humanos que nenhum outro ser pode ocupar. Para o veterinário, é evidente que é necessário apoiar os deficientes – e não importa a espécie. Ele complementa o raciocínio de maneira simples: “salvar vidas é uma sensação boa”.
Há duas décadas sem exercer diretamente a Medicina Veterinária, Lincoln Parkes passa a maior parte do tempo livre fazendo o que mais gosta: oferecer a mão amiga para os animais necessitados, que têm direito a continuar com uma vida digna.
Fonte: Cães Online
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