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30 dezembro 2021

Mulher adota galo e o leva para passear nas ruas de Porto Alegre (RS)


OPINIÃO:
a compaixão precisa e deve sim ser estendida a todos os animais, mas há muitas formas de fazer isso, deixando-os livres para exercerem sua própria natureza é uma delas. Humanizar um animal como forma de entretenimento não é o mais adequado. 
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Quem circula pelas ruas de Porto Alegre está acostumado a ver pessoas passeando com cãezinhos ou gatos de estimação. Mas não estranhe se vir um galo por aí vestindo gravata, andando de skate ou fazendo pose para fotos pilchado. Trata-se de Fu, animalzinho de estimação da cirurgiã-dentista Anete Michel.

Seja nas ruas ou nas redes, o galo Fu atrai a atenção do público. A presença incomum surpreende adultos e crianças, que param para interagir com o elegante galináceo.

"Ele surpreende em qualquer lugar. O Fu, desde pequeno, sempre foi diferente. Ele parece que entende e conversa. Por isso que eu vou no shopping com ele, saio com ele", diz Anete.

Foi justamente num shopping que Fu viralizou. A foto de Anete com o companheirinho em uma praça de alimentação chamou atenção do público.


Apego

Natural de Salvador do Sul, pequeno município de 7,9 mil habitantes a 100 km de Porto Alegre, no caminho para a serra gaúcha, Anete já convivia com animais desde pequena.

"Eu sempre tive muito apreço por galináceos", conta, bem humorada.

Mas foi apenas em 2019, já morando na Capital, que Anete decidiu adotar um animal de estimação. A ideia foi ter um pintinho para criar e, depois de grande, mandá-lo para o galinheiro da irmã. Anete foi ao Mercado Público de Porto Alegre e comprou logo dois pintinhos.

"Não queria dar nome para não me apegar", brinca.

Não foi possível. A dentista se apegou à dupla e batizou os irmãos de Fu e Fi. A tentativa de desapego foi adiante quando Anete enviou os franguinhos já maiores para a irmã.

Não durou muito, ela pegou os animais de volta. Enquanto Fi era mais "brigão", Fu se apresentava de forma mais tranquila e começou a conviver com a tutora em casa.

"Eu não contei para ninguém que eu tinha galo por uns três meses", diz Anete.

Ao passear com o galo Fu nas ruas, as reações das pessoas incentivaram a cirurgiã-dentista a manter um perfil no Instagram com a rotina do amigo. Alguns estranham a presença do animal, mas a maioria, garante Anete, fica curiosa.

"As pessoas estranham, mas 90% vêm comigo conversar. 'É de estimação?' é a pergunta mais frequente, de curiosidade. A maioria conta a sua história. Alguns ficam de longe e dão uma risadinha", diz ela.

Com dois anos e oito meses, 3 kg e altura incerta, conforme Anete, Fu também é uma atração para crianças.

"Elas brincam muito, todas querem passar a mão. Até os adultos", relata.

Fu responde sempre com carinho, como se já fosse consciente do sucesso que faz. De acordo com Anete, o galo gosta de fazer poses. No Instagram, há registros do animalzinho em uma moto da polícia, sobre um carrinho de bebê (o dele próprio) e em pontos turísticos movimentados. 

A disposição do amigo emociona a tutora. "Quando eu boto ele em cima de alguma coisa, ele começa a fazer pose e as pessoas notam isso. Até me emociono, a gente foi para Florianópolis, Blumenau, Garopaba, Canela, Gramado. Gostamos muito de ir para Nova Petrópolis. Até para o Cristo [Protetor] de Encantado ele já foi", afirma.

No dia a dia, o galo se alimenta de frutas e grãos. "Ele come mamão, uva. Ele ama cereja... Couve, milho, gergelim, arroz cru", elenca Anete.

Anete, que vive sozinha e namora, diz que não tem a intenção de explorar Fu, mas de destacar seu amor pelos animais. O exemplo do galinho motivou a cirurgiã-dentista a escrever um livro infantil sobre como lidar com o preconceito e conviver com as diferenças.

"O Fu nos mostra que, às vezes, as coisas vêm de forma inesperada e podem surpreender a gente", ressalta.

Fonte: G1 

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