OPINIÃO: com tantos recursos digitais, para que explorar um animal em extinção em pleno 2022? A Gucci desistiu de existir e está cometendo suicídio público?
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Uma das principais marcas de luxo do mundo, a italiana Gucci está no centro de uma polêmica por sua nova campanha que homenageia o Ano Novo chinês. As peças publicitárias da "GucciTiger" foram reveladas no início deste mês e, além da seleção de peças e acessórios para homens e mulheres, trouxeram "convidados" que não passaram despercebidos: tigres reais. A investida atraiu críticas.
A organização de defesa dos direitos dos animaisWorld Animal Protection (WAP) disse que os animais não deveriam estar em um estúdio de filmagem, mas sim mostrados em seu habitat na natureza. “Nestes anúncios, os tigres são apenas mais um item de luxo, nada diferente de uma cadeira chique. Assim como roupas caras e férias, os tigres são outra 'coisa' para se adquirir”, disse Liz Cabrera Holtz, Gerente de Campanha de Vida Selvagem do WAP.
Em um post no Facebook, a marca de luxo disse que os “tigres foram fotografados e filmados em um ambiente seguro separado, em conformidade com as políticas da Gucci e, em seguida, apresentados na campanha”. Afirmou, ainda, que uma organização de bem-estar animal, a American Humane, acompanhou todo o processo para a atestar a integridade dos animais.
A Gucci também destacou que está comprometida com as questões ambientais, tanto que desde 2018, sua cadeia de suprimento é totalmente neutra em carbono e que em fevereiro de 2020, a marca se juntou ao Lion's Share Fund, iniciativa que arrecada fundos para proteger espécies ameaçadas e seus habitats naturais.
Novamente, a WAP usou as redes sociais para dizer que a Gucci está enviando uma mensagem errada por meio da campanha "mesmo que tenham usado tecnologia digital", por "retratar os tigres como animais de estimação e itens de luxo quando são animais selvagens que pertencem a seus habitats naturais". Segundo Liz Cabrera, “os anúncios encorajam as pessoas a verem a posse de tigres em cativeiro como o símbolo máximo de status, alimentando o cruel comércio de vida selvagem”.
Em muitos países do Golfo, por exemplo, ostentar um grande felino, como leões e onças, é sinônimo de poder. Na semana passada, uma mulher foi flagrada em vídeo carregando seu leão "de estimação" que fugiu de casa pelas ruas do Kuwait. Na filmagem, é possível observar o filhote se debatendo de forma arisca para tentar se desvencilhar. O vídeo viralizou depois de publicado nas redes sociais no último domingo.
Fonte: Um só planeta
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