OPINIÃO: a ação humana é um dos principais responsáveis pela extinção de espécies em todo o mundo. Atividades como desmatamento, caça, poluição e mudanças climáticas resultantes da emissão de gases de efeito estufa têm um impacto devastador nos habitats. O desmatamento para agricultura e urbanização destrói ecossistemas inteiros, levando à perda de biodiversidade. O futuro sombrio nos aguarda.
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Por Redação, do Um Só Planeta
A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) atualizou a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. O levantamento conta agora com 163.040 espécies, das quais 45.321 estão nas categorias mais ameaçadas de extinção, mil a mais que no ano passado.
“Como mostra a atualização, a biodiversidade enfrenta pressões crescentes, desde a caça furtiva até as mudanças climáticas e a disseminação de espécies invasoras”, disse Grethel Aguilar, diretora geral da organização, em comunicado de imprensa.
Um dos animais que entrou para o relatório é o elefante da ilha de Bornéu, na Ásia, classificado como em perigo. Na natureza, existem apenas mil deles. A IUCN pontua que a sua população diminuiu nos últimos 75 anos, inicialmente devido ao extenso desmatamento das florestas de Bornéu.
Por conta da perda da maior parte do seu habitat, os elefantes acabam entrando em áreas dominadas pelos homens com mais frequência, onde costumam causar danos às colheitas e acabam mortos. A caça furtiva de marfim, a ingestão acidental de agroquímicos e as colisões de veículos também são desafios que a espécie enfrenta.
Outras espécies que entraram para a lista foram os répteis de Gran Canaria e Ibiza, na Espanha. O lagarto gigante Gallotia stehlini passou de pouco preocupante para criticamente em perigo e o lagarto Chalcides sexlineatus passou de pouco preocupante para em perigo.
Estes animais endêmicos são vítimas da invasora cobra-rei da Califórnia (Lampropeltis californiae), que foi introduzida na ilha de Gran Canaria em 1998. Suas populações diminuíram em mais de metade desde 2014.
O lagarto-de-parede-de-Ibiza (Podarcis pityusensis), por sua vez, passou de quase ameaçado para em perigo, com sua população diminuindo em 50% desde 2010 devido à invasão da cobra-ferradura (Hemorrhois hippocrepis).
Cactos ornamentais
Oitenta e dois por cento das espécies de cactos copiapoa estão agora em risco de extinção, acima dos 55% em 2013. Endêmica do deserto costeiro do Atacama, no Chile, essa espécie tem sito muito utilizada como planta ornamental na Europa e na Ásia, o que levou a um aumento no comércio ilegal.
Mais ameaças são a destruição do seu habitat no deserto e as mudanças climáticas. Neste segundo caso, a névoa oceânica que ela precisa para se hidratar se move com as alterações de temperatura global, fazendo com que não consiga se reproduzir rápido o suficiente para se realocar adequadamente.
A IUCN destaca que a colaboração entre os países é essencial para evitar que espécies caçadas ilegalmente sejam transportadas através das fronteiras. Além disso, cultivar copiapoa em estufas tem o potencial de fornecer uma alternativa sustentável para fornecer cactos ao mercado mundial.
Lince ibérico
Mas nem todas as notícias foram ruins. A organização revelou que o estado de conservação do lince ibérico (Lynx pardinus) melhorou de em "Perigo para vulnerável, com a população subindo de 62 indivíduos adultos em 2001 para 648 em 2022. Hoje, a população total, incluindo linces jovens e adultos, é estimada em mais de 2 mil.
Os esforços de conservação desta espécie-chave concentraram-se no aumento das suas presas – o coelho europeu (Oryctolagus cuniculus) –, na proteção e restauração do matagal mediterrânico e do habitat florestal e na redução das mortes causadas pela atividade humana.
Além disso, envolveram o aumento da diversidade genética do lince, realocando-o em novas áreas e reproduzindo-o em ambientes controlados.
Fonte: Um Só Planeta
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