OPINIÃO: solidarizamo-nos com a perda de Joca, mas buscar um cão em um canil e da mesma raça só estimula a venda e objetificação de animais. Bola fora!
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Por Patrícia Marques, Camila Quaresma, TV Globo e g1 SP — São Paulo
O tutor do cão Joca, o Golden Retriever que morreu em um voo da Gol em abril deste ano, foi surpreendido ao ganhar de presente da mãe um novo animal de estimação na última quinta-feira (27).
Ele compartilhou nas redes sociais a emoção de ter um novo companheiro e falou sobre como está lidando com a dor que ainda sente pela perda do Joca. O vídeo alcançou milhares de visualizações e comentários (veja acima).
Ao g1, João Fantazzini contou que tinha em mente que não adotaria mais um animal de estimação desde a morte de Joca. Porém, a mãe dele, Márcia Martins, sentiu que um novo pet faria bem ao filho e resolveu dar de surpresa um filhote da mesma raça que era Joca.
"Foi bem de manhãzinha. Eu estava trabalhando, tocou o interfone e eu fui atender. Era uma empresa de transporte de animais via terrestre e eles falaram que tinham uma surpresa para mim em relação à minha mãe. Me deram um vídeo para assistir e no vídeo minha mãe explicou tudo, disse que ela sabia que eu não ia adotar e sentiu no coração que tinha que me dar".
Ainda conforme João, ela foi até um canil para saber se havia filhote da raça Golden e os responsáveis, ao saberem da história, resolveram doar o que estava disponível.
"Foi a maior surpresa que eu tive na minha vida. Um mix de sentimentos. Eu estava me sentindo culpado por estar feliz de ganhar porque na minha cabeça eu estava substituindo o Joca, mas não. Quando vi ele [novo cachorro] saindo do carro, eu senti que precisava proteger, cuidar, dar amor. Estou conseguindo ressignificar o que sentia. Eu chorei muito. Foi muito forte pegar outro filhote e abraçar".
Ao g1, a mãe de João contou que teve um “estalo de mãe”. “Eu estava vendo ele muito triste. Chegava em casa à noite e ficava sozinho. Ele sempre falando do Joca. Aí eu pensei: o João está precisando de um recomeço, de ter um novo animalzinho, um filhinho peludo para dar e receber amor".
Ela, então, resolveu procurar um canil. “Encontrei um cachorrinho muito parecido com o Joca", ressaltou.
O filhote foi entregue no dia 27 de junho na casa de João em Sorriso, Mato Grosso.
"Eu tive essa ideia porque ele [João] estava relutante, que ia dar impressão que ele ia substituir o Joca. Mas eu tinha certeza que não ia substituir. Sabia que ele ia pegar amor logo de cara por esse peludinho. Eu achei que ele merecia. Ele [João] estava muito mal, precisava receber amor de um cachorro. O amor deles [cães] é de graça, eles amam a gente incondicionalmente", afirmou Márcia, em vídeo.
O novo integrante da família se chama Ástor e tem dois meses e meio. O nome, que representa força e companheirismo, foi escolhido após João pedir aos seguidores para ajudá-lo, ressaltou João.
"O Joca foi e sempre vai ser metade de mim. Ele foi meu primeiro filho, o cachorro que mudou tudo. Ele veio para isso. É diária a falta dele ainda e não mudou nada o sentimento de dor. Mas hoje tenho a nova companhia. Estou feliz com ele e foi o maior presente que minha mãe pôde me dar. Maior presente da minha vida é minha mãe".
“Ele veio com muito amor e vai receber muito amor. Mas o Joca estará sempre na minha vida. Eu sinto muita falta dele. Ele só ganhou um irmãozinho”, concluiu João.
Relembre o caso Joca
O cão Joca, de cinco anos, morreu durante o transporte aéreo da Gollog, empresa da companhia Gol, depois de um erro no destino, no último mês de abril.
O pet deveria ter sido levado do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, para Sinop (MT), mas foi colocado num avião que embarcou para Fortaleza (CE). O animal acabou sendo mandado de volta para Guarulhos e, quando o tutor chegou para encontrá-lo, o cão estava morto.
Após desembarcar em Sinop, o tutor de Joca, João Fantazzini, aguardava que o cachorro fosse entregue para ele. No entanto, soube que o animal tinha sido levado para o destino errado.
João Fantazzini disse que o veterinário havia dado um atestado indicando que o animal suportaria uma viagem de 2 horas e meia, mas, com o erro, o cachorro ficou quase 8 horas no avião.
Nas redes sociais, João fez uma publicação de despedida em homenagem ao cão dizendo que vai lutar e se lembrar dele todos os dias:
“Você é o amor da minha vida e tiraram você de mim! Lembra quando eu te dizia que jamais sairia do seu lado? Me perdoa, pois eu não pude estar com você naquela hora! Saiba meu dorado que você vai viver dentro de mim para sempre! Ainda vou comprar suas maçãs e rúculas porque eu sei o quanto você amava. Você virou o meu anjo! E saiba que eu vou lembrar de você todos os dias e lutar por você! Me perdoa por ter tido a ideia de te levar na minha mudança, pois você estaria aqui! Olha por mim meu filho, “MEU DOLADO” O pai te ama para sempre 🖤🍎”, escreve
Veja a íntegra da nota da Gol:
"A GOL lamenta profundamente o ocorrido com o cão Joca e se solidariza com a dor do seu tutor. A Companhia informa que o cão Joca deveria ter seguido para Sinop (OPS), no voo 1480 do dia 22/04, a partir de Guarulhos (GRU), porém, por uma falha operacional o animal foi embarcado em um voo para Fortaleza (FOR).
Assim que o tutor chegou em Sinop, foi notificado sobre o ocorrido e sua escolha foi voltar para Guarulhos (GRU) para reencontrar o Joca.
A equipe da GOLLOG na capital cearense desembarcou o Joca e se encarregou de cuidar dele até o embarque no voo 1527 de volta para Guarulhos (GRU). Neste período, foram enviados para o tutor registros do Joca sendo acomodado de volta na aeronave. Infelizmente, logo após o pouso do voo no aeroporto de Guarulhos (GRU), vindo de Fortaleza, fomos surpreendidos pelo falecimento do animal.
A Companhia está oferecendo todo o suporte necessário ao tutor e a apuração dos detalhes do ocorrido está sendo conduzida com prioridade total pelo nosso time. Nos solidarizamos com o sofrimento do tutor do Joca. Entendemos a sua dor e lamentamos profundamente a perda do seu animal de estimação."
Fonte: G1
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