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30 junho 2021

Quase 10 mil macacos-prego morreram em incêndios na maior reserva do patrimônio natural do Brasil


OPINIÃO:
mais uma triste notícia que é pura consequência de um governo que prioriza o lucro acima de tudo e promove implacavelmente a destruição da natureza. 

Um estudo preliminar feito na região do Sesc Pantanal, considerada a maior Reserva do Patrimônio Particular Natural (RPPN) do Brasil, aponta que 9.577 macacos-prego morreram em decorrência dos incêndios registrados em 2020, em Mato Grosso. Até agora, a espécie é classificada como a mais atingida pelo fogo no ano passado naquela área. A pesquisa foi divulgada nessa segunda-feira (28).

Também foram detectadas mortes de 6.743 porcos-do-mato e 3.616 jacarés.

A Reserva fica Barão de Melgaço, a 121 km de Cuiabá.

Os pesquisadores do Grupo de Estudos em Vida Silvestre (Gevs) percorreram 400 km dos 108 mil hectares da RPPN. Cerca de 93% da Reserva foi atingida pelos incêndios. A área é semelhante a da cidade do Rio de Janeiro, que tem cerca de 125 mil hectares.

Durante o percurso, os estudiosos encontraram 55 espécies, sendo a maior parte de mamíferos, seguido de répteis e aves.

O pesquisador do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador do grupo, Luiz Flamarion, explicou que muitos animais encontrados mortos não estavam queimados, mas morreram de forma indireta, por causa de problemas respiratórios e por falta de recursos.

A morte dos macacos, porcos-do-mato e jacarés – espécies com a maior taxa de mortalidade – podem ter sido ocasionadas devido à severidade do fogo onde viviam e à distância das espécies dos locais onde tinham água.

“Animais de médio e grande porte parecem ter sido mais afetados em áreas mais secas e mais florestais e nos tanques. A severidade dos incêndios influenciou as fatalidades”, disse o biólogo Ismael Brack.

Segundo Ismael, o impacto da alta taxa de mortalidade entre essas espécies pode resultar na lenta recuperação da fauna.

“O macaco-prego e o porco-do-mato são espécies mais florestais. Possivelmente, vão sofrer bastante na recuperação por dependerem de recursos alimentares relacionados às florestas - frutas de árvores e palmeiras - que também foram impactadas nos incêndios e tem um processo mais lento de recuperação”, explicou.

A tendência, segundo os pesquisadores, era de uma recuperação das espécies ao longo dos anos, no entanto, estima-se que também haverá mais incêndios florestais. Com isso, ainda não é possível mensurar um período para a recuperação da fauna.

Ajuda

De setembro de 2020 a janeiro deste ano, as equipes que trabalham no monitoramento da Reserva disponibilizaram 178 postos de abastecimento de água e 186 pontos de alimentação para ajudar os animais até a recuperação da flora.

“O Apoio Emergencial foi uma medida de caráter humanitário, importante, e com profundo significado moral. Os humanos foram os principais responsáveis pelo expressivo impacto ocorrido”, pontuou o professor Luiz Flamarion.

Mesmo com 93% da RPPN tendo sido atingida pelas frentes de fogo, e os elevados números de óbitos registrados e estimados, a fauna ainda está presente de forma expressiva, ocorrendo em diferentes regiões da RPPN.

Os pesquisadores do Gevs constataram uma expressiva presença de animais vivos após a passagem do fogo, resultado da atuação da brigada existente há mais de 20 anos.

Entre as ações previstas nas etapas futuras está o monitoramento em ampla escala, avaliação do uso do espaço por grandes predadores - onças-pintadas e pardas - e espectro de presas, estimativa do tamanho das populações de grandes mamíferos, com destaque para o cervo-do-pantanal, na condição pós-incêndio e estimativa populacional e do uso do espaço pelo jacaré-do-pantanal, na condição pós-incêndio.

Origem do fogo

A pesquisa aponta que os incêndios em 2020 começaram fora da RPPN, mas, devido à grande proporção tomada na região, acabaram invadindo a área.

“Um ponto importante, é que a propagação do fogo foi maior fora da Reserva, o que marca a existência de combate e que foi efetivo. Não foi totalmente uma derrota, pois poderia ter sido muito pior, não dando chance para alguns indivíduos da fauna escaparem”, ponutou José Luiz Cordeiro, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Segundo José, a velocidade do fogo dentro da Reserva consumia dois mil hectares por dia e, na área externa, 18 mil.

Fonte: G1 

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