RECEBA NOSSOS BOLETINS

Newsletter
Email *
Nome

05 novembro 2021

Não há como combater as mudanças climáticas sem combater a pecuária


OPINIÃO:
o consumo de carne está intrinsecamente atrelado à crise climática. É um fato. É responsabilidade todos nós adotarmos estilos de consumo sustentáveis e o primeiro a ser considerado é a adoção do veganismo. Quem não quer enxergar a dor e o sofrimento dos animais, deve lutar, pelo menos, pela própria sobrevivência e a das próximas gerações! 
-------------------------------------
Estamos em 2021 e a pecuária já cria e mata mais de 88 bilhões de animais por ano no mundo todo, segundo levantamento da Humane Society International (HSI). Consegue imaginar como será em 20, 30 anos com o aumento da população e da demanda por proteína animal?

A criação de animais para consumo exige recursos naturais, como terra e água, o que no Brasil, que pratica principalmente a pecuária extensiva, significa expansão para novas áreas. Isto em um país em que a atividade já demanda a maior parte de suas terras agrícolas.

Por que você acha que as terras da Amazônia são tão visadas e por que a região tem cidades como São Félix do Xingu e Altamira, no Pará, como as que têm o maior rebanho bovino – de milhões – e ao mesmo tempo os maiores índices de desmatamento ilegal? O que pode ser confirmado a partir de dados do IBGE.

Porque é mais conveniente, o que também significa economicamente viável, realizar desmatamento e queimadas em parceria com madeireiros em um país onde 80% do desflorestamento é para conversão em atividades agropecuárias, que já somam 350 milhões de hectares. Desse total, 200 milhões são de pastagens.

Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), o governo brasileiro formalizou um compromisso de combater o desmatamento recuperando 30 milhões de hectares de pastagens degradadas. Como acreditar nisso quando falamos de um governo que a cada ano atinge novo recorde de desflorestamento, que está sendo processado por não combater as mudanças climáticas? E ainda que seja verdade, quem pagará a conta?

Desperdício de solo

Não é novidade que a pecuária no Brasil tem grande associação com a degradação do solo, e não são “apenas 30 milhões de hectares degradados”. Um estudo da divisão de monitoramento por satélite da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revelou há um tempo considerável que de um total de 172 milhões de hectares de pastagens avaliadas no Brasil, mais de 60% está em estágio de degradação. Que desperdício de solo, não?

Só na Amazônia Legal cerca de 40% das pastagens estão degradadas ou em processo de degradação, conforme dados da Embrapa. Ou seja, depois de inutilizarem o solo em outras regiões do país, há grandes pecuaristas ampliando suas criações em terra amazônica, onde, além de derrubarem florestas, estão comprometendo a fertilidade do solo.

Esta semana, o Observatório do Clima destacou que só as emissões bovinas por fermentação entérica – que vem do arroto – somam 17% de todos os gases de efeito estufa do Brasil, e mais de 70% do metano, que é até 30 vezes mais potente do que o dióxido de carbono, foi proveniente da pecuária em 2020. Cada bovino libera o equivalente a 30 a 50 galões por dia.

Como o Brasil espera conter todos esses problemas quando o país promove um discurso de fortalecimento e expansão da pecuária? Se hoje já gera grande impacto ambiental com um rebanho de 218,2 milhões de bovinos, que é maior do que a população humana brasileira, como esperar pelo melhor nas próximas décadas?

Consciência do impacto ambiental 

Países mais conscientes do impacto ambiental entendem que não há outro caminho que não seja começar pela diminuição das atividades agropecuárias. Os Países Baixos, por exemplo, estão discutindo a redução de quase um terço da produção pecuária anual em benefício do meio ambiente. Já o Brasil, se depender de seus líderes, continuará na contramão do bom senso.

Não é preciso apelar às pesquisas para entender que produzir proteínas de origem vegetal tem um custo ambiental muito menor, diferente dos alimentos de origem animal, que dependem de animais criados para consumo, e não somente bovinos.

Afinal, eles precisam ser alimentados com grãos, que poderiam ser destinados ao consumo humano, para então serem abatidos e consumidos. E nesse processo que exige uma convergência de cadeias, o custo ambiental não tem como ser menor.

Isso também vai ao encontro de uma pesquisa publicada na revista Science, de autoria de Joseph Poore, da Universidade de Oxford, destacando que o custo ambiental da ervilha é 113 vezes menor do que o da carne bovina. Sendo assim, por que insistimos no maior impacto ambiental?

Saiba mais

No Brasil, cada bovino ocupa em média de 1 a 1,2 hectare.

Fonte: Vegazeta 



Nenhum comentário:

Postar um comentário

EM DESTAQUE


Licença Creative Commons

"O GRITO DO BICHO"

é licenciado sob uma Licença

Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas

 

SAIBA MAIS


Copyright 2007 © Fala Bicho

▪ All rights reserved ▪