OPINIÃO: após um grande esforço conservacionista, o lince-ibérico pode ressurgir em seu própria habitat após ter suas populações devastadas por caçadores e pela destruição da natureza.
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Por Redação, da GQ
Divulgada nesta quinta-feira (20), uma notícia boa trouxe esperança: o lince ibérico (Lynx pardinus), um dos felinos mais raros do mundo, saiu da lista de animais ameaçados de extinção.
Isso porque o número total de animais da espécie agora soma mais 2 mil. Houve um salto de 62 adultos em 2001, para 648 em 2022.
A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), que é responsável por avaliar o nível de ameaça cada espécie corre, mudou o felino da categoria "em perigo" para "vulnerável".
"A Lista Vermelha da UICN é uma ferramenta essencial para medir o progresso no sentido de travar a perda de natureza e alcançar os objetivos globais de biodiversidade para 2030. A melhoria no estado de conservação do Lince Ibérico demonstra que a conservação bem-sucedida funciona tanto para a vida selvagem quanto para as comunidades”, disse a Dra. Grethel Aguilar, Diretora Geral da UICN.
Os linces ibéricos são naturais de partes de Portugal e Espanha, mas, a partir da década de 1960, a expansão agrícola começou a tomar espaços de habitat natural e a caça excessiva reduziu drasticamente a quantidade de indivíduos da espécie.
Nos anos seguintes, no entanto, cresceu a luta em defesa do bicho. Nos anos 1980 e 1990, Portugal se tornou palco de uma campanha cujo mote era “Salvem o Lince e a Serra da Malcata”, que iniciou o processo de conservação do lince.
Desde 2010, mais de 400 indivíduos da espécie foram reintroduzidos em regiões espanholas e portuguesas. Segundo a UICN, estes animais agora ocupam pelo menos 3.320 km² -- foram 449km² a mais em comparação a 2005.
“Este sucesso, a maior recuperação de uma espécie de felino já alcançada através da conservação, é o resultado da colaboração empenhada entre organismos públicos, instituições científicas, ONG, empresas privadas e membros das comunidades, incluindo proprietários de terras locais, agricultores, guarda-caças e caçadores, com o apoio financeiro e logístico do projeto LIFE da União Europeia”, disse Francisco Javier Salcedo Ortiz, coordenador do projeto LIFE Lynx-Connect, que liderou a ação de conservação do lince-ibérico. Outra estratégia foi aumentar a disponibilidade de coelhos-europeus (uma das presas do felino).
Mas ainda é necessário ficar atento para essa situação: o animal corre risco de pegar doenças provenientes de gatos domésticos, de serem atropelados em estradas e podem sofrer com as mudanças drásticas em seu habitat natural provocadas pela crise climática.
Fonte: Um Só Planeta
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